O açúcar ocupa a quarta posição no ranking de produtos brasileiros exportados em 2017. O alimento feito a partir da cana-de-açúcar só foi superado pela soja, que ocupa o primeiro lugar, pelos minérios de ferro e pelos óleos brutos de petróleo.
O açúcar supera importantes produtos da pauta de exportação brasileira como automóveis e celulose, que ocupam, respectivamente, a quinta e a sétima posições.
Entre janeiro e dezembro do ano passado, os embarques do alimento feito pelas usinas de cana-de-açúcar totalizaram R$ 9 bilhões, o que significa 4,15% de participação em valores das exportações brasileiras de 2017.
No total, o país exportou o equivalente a R$ 217,7 bilhões no ano passado, alta de 17,55% sobre 2016.
Conforme planilhas do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, os embarques de açúcar cru para o exterior avançaram em valores 9,18% sobre o desempenho de 2016, quando as exportações do produto totalizaram R$ 8,3 bilhões.
Os principais clientes do açúcar brasileiro em 2017 foram Bangladesh, que comprou R$ 1 bilhão, em avanço de 61,98% sobre as importações do país feitas em 2016.
O segundo maior comprador do açúcar brasileiro no ano passado foi a Índia, com R$ 924 milhões, alta de 4,49% sobre as importações feitas um ano antes. Já a Argélia fica em terceiro lugar, com R$ 847,7 milhões e alta de 21,39% sobre a temporada anterior.
Cenário para 2018
Para 2018, o desempenho das exportações de açúcar deverá sofrer queda significativa, por conta dos cenários internacionais que juntam superávit de estoque mundial e incertezas sobre a política de compras pelos países tradicionalmente clientes das usinas de cana brasileiras.
As quedas recentes de preços também sopram contra o mercado internacional do alimento. Na terça-feira (09/01), por exemplo, os contratos futuros de açúcar tiveram a quarta redução consecutiva na bolsa de Nova York. Os papéis com vencimento em maio fecharam o pregão cotados a 14,78 centavos de dólar a libra-peso, desvalorização de 24 pontos.
Diante um cenário desses, companhia sucroenergéticas brasileiras recuaram no ritmo de fixação do açúcar a ser produzido na safra 2018/19, que oficialmente terá início em maio próximo na região Centro-Sul do país.
Em 14/12 último, a São Martinho, companhia controladora de quatro usinas no país, tinha fixado 33% do açúcar da safra 18/19. Assim como ela, outras companhias tinham mantido fixação abaixo de 40% até dezembro último. No mesmo período de 2016, quando o cenário estava mais positivo, a média de fixação tinha ficado em 75%.
Ranking das exportações em valores:
Principais clientes do açúcar brasileiro em 2017: