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Ações da Raízen devem entrar no Ibovespa

Capacidade de produção de etanol 2G da companhia deve aumentar dos atuais 34 milhões para 280 milhões de litros

Ações da Raízen devem entrar no Ibovespa

Com um ano de negociação em Bolsa, as ações da Raízen devem entrar para o Ibovespa na próxima virada da carteira teórica, em setembro, segundo a primeira prévia divulgada pela B3.

A companhia chegou à Bolsa de Valores em 4 de agosto do ano passado, avaliada em R$ 74 bilhões. Em um ano com número recorde de ofertas públicas iniciais, levou o título de maior IPO após levantar R$ 6,7 bilhões.

Ao preço de R$ 7,40 por ação, a estreia da joint venture entre Shellmve Cosan na Bolsa brasileira atraiu muitos investidores, inclusive estrangeiros. Passado um ano, no entanto, a ação RAIZ4 já perdeu pouco mais de 30% do seu valor e é negociada próxima aos R$ 4,80. O valor de mercado da Raízen também caiu, para R$ 47,73 bilhões.

“As ações estão subvalorizadas”, diz o CEO da Raízen, Ricardo Mussa. Para ele, o mercado ainda não entendeu o valor dos negócios da companhia.

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Analistas do Bank of America afirmaram em relatório, que o potencial de crescimento da companhia ainda não foi incorporado aos papéis. A recomendação do BofA é de compra, com preço-alvo de R$ 11,00 em 12 meses – um potencial de alta de 130%. O UBS BB e o Credit Suisse têm uma visão mais conservadora, embora também recomendem compra: o preço-alvo é de R$ 8,50 e R$ 6,50, respectivamente.

Com previsão de inauguração das três novas unidades de etanol de 2ª geração em 2023 e início de 2024, a capacidade de produção de E2G pela Raízen nas próximas safras irá aumentar dos atuais 34 milhões de litros para 280 milhões de litros. Até 2030, o objetivo da empresa é alcançar 20 plantas de E2G com capacidade produtiva de 1,6 bilhão de litros.

A Raízen possui uma planta de biogás com dois módulos em operação e uma segunda está em construção. Desta segunda, 100% da produção já foi comercializada para a Yara Fertilizantes e para a Volkswagen em contratos de longo prazo.

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O restante do biometano da Raízen é usado no abastecimento dos veículos próprios (caminhões e tratores) e na revenda de energia elétrica para distribuidoras por meio da Comgás. A meta da companhia é de que até 2030, 39 módulos de biogás estejam em operação.

O CFO da Raízen, Carlos Moura, afirmou, em recente entrevista, que a companhia estuda o mercado de renda fixa para captar capital. Segundo ele, a alta dos juros beneficia essa forma de investimento em detrimento da captação via renda variável, como um follow-on, por exemplo.

Somente as plantas de E2G demandam R$ 1 bilhão de investimento cada uma. Já a de biogás, R$ 150 milhões por módulo. Mas os executivos não consideram o tópico uma preocupação.

“Os preços atuais do etanol de segunda geração exportado para a Europa estão acima de €1.400 e nossos contratos são de longa duração. Os retornos de cada uma dessas plantas são uma compensação mais do que suficiente pelo investimento”, ressalta Ricardo Mussa.