Com mais duas usinas fechadas neste ano na Mata Sul de Pernambuco: Pedroza (Côrtez) e UnaAçúcar (Água Preta), cerca de 800 mil toneladas deixarão de ser moídas na safra atual, segundo cálculos da Associação dos Fornecedores de Cana de PE – AFCP. Elas se somam as outras cinco que encerraram suas atividades nas últimas safras.
“Pernambuco dever produzir um pouco mais de 14 milhões de toneladas de cana, mas cerca de 0,8 milhões de toneladas deixarão de ser processadas por falta de usinas na Mata Sul”, revela Alexandre Andrade Lima, presidente da AFCP.
Segundo ele, o cenário ainda pode se agravar caso se confirme o fechamento da usina Santa Maria, em Porto Calvo, que fica na divisa entre Pernambuco e Alagoas. A unidade processou aproximadamente 700 mil toneladas na última safra. Em função da crise, deixarão de ser moídas cerca de 200 mil toneladas de cana no Norte do estado alagoano, de acordo com Lima.
Para o executivo, só existe uma forma de resolver o problema: reabrir usinas no local, como a usina Pumaty (Palmares). “Por ter ampla capacidade de processamento, a unidade tem condições de absorver toda a sobra de matéria prima que ficará sem moer, salvando a atividade econômica da Mata Sul”, diz Lima.
Ele lembra que já há um projeto aprovado dessa natureza no governo estadual desde o início do ano, ainda na gestão de Eduardo Campos, mas abandonado por João Lira.
Segundo o projeto em questão, com a reabertura da usina, além da absorção da matéria prima, também seria gerado 4 mil postos de trabalho diretos e o estado não deixaria de arrecadar cerca de 5 milhões de impostos gerados com esta matéria prima deixada no campo sem ser processada, conforme a AFCP.
Na Mata Norte, não é diferente, pois há usinas na Paraíba que absorvem parte da produção dos fornecedores pernambucanos de cana. “Cerca de 400 mil toneladas são processadas nas unidades Tabu e Giasa. Todavia, antes de 2012, parte desse montante era moído em PE na usina Cruangi. Em março deste ano, o então governador Eduardo Campos também havia anunciado a aprovação do projeto de reabertura dessa unidade industrial – não encaminhado pelo atual governador”, lembra Lima.