A canavicultura foi seriamente afetada pelas condições climáticas em 2016, na comparação com o ano anterior.
JornalCana destaca 8 explicações sobre o impacto do clima na cana-de-açúcar cultivada no estado de São Paulo, segundo Maximiliano Salles Scarpari, pesquisador do programa Cana IAC.
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Impacto no planejamento
Além de prejudicar o desenvolvimento da cultura, a inconstância do clima impacta a elaboração de planejamento agrícola, que é feito considerando as variáveis climáticas e os dados de anos anteriores.
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Queda na produtividade
Os efeitos das variações climáticas são sentidos na redução da produtividade, que na safra 2016/2017 variou em torno de 7%, dependendo da região paulista.
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Concentração de sacarose
Por outro lado, a seca fez aumentar a concentração de sacarose. “Dependendo do grau do déficit hídrico, ele ajuda na sacarose, apesar de reduzir a produtividade”, explica o pesquisador do Programa Cana IAC, Maximiliano Salles Scarpari.
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Mais seca
A safra 2016/2017 ocorreu em condição mais seca do que a passada, quando as chuvas foram mais constantes. Nos meses de janeiro e fevereiro de 2016, houve excesso hídrico e menor insolação, o que causa prejuízo porque é o período em que a cana-de-açúcar está em desenvolvimento. Neste estágio, a cultura precisa de água, além de temperatura e insolação adequadas.
“Em função das chuvas, a temperatura e a insolação ficaram baixas”, explica Scarpari
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Insolação
Nos dois primeiros meses de 2015, na região central do Estado de São Paulo, a insolação ficou em torno de 11 horas de brilho solar, por dia, dois pontos a mais do que em 2016. Já a temperatura máxima ficou três graus acima em 2015, comparando-a com a de 2016. “Essa temperatura menor prejudica o crescimento do canavial”, explica.
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Falta de chuva
Já em março e abril deste ano, faltou chuva. Além disso, abril foi um dos meses mais quentes de 2016, atingindo cerca de quatro graus a mais do que no mesmo período do ano anterior. Ou seja, o segundo bimestre reuniu déficit hídrico e temperatura elevada. Conclusão: a cana secou. “De janeiro até abril houve problemas climáticos”, resume o pesquisador.
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Excesso hídrico
De maio a agosto, foi a vez de excesso hídrico, mas também ocorreu falta de chuvas. Scarpari relembra que em junho e julho choveu bem, prejudicando a maturação da cana e a colheita. Já entre final de julho e início de agosto secou, voltando a chover no final de agosto. Setembro secou novamente, condição que começou a mudar no final de outubro. “Um clima bem inconstante”.
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Planejamento afetado
Os dados climáticos são usados na elaboração do planejamento agrícola, que envolve deste as etapas de produção e o uso de maquinários até a venda do açúcar. A comercialização antecipada da safra requer maior segurança na estimativa da produção. Daí a importância de adotar projeções acertadas, que levem a planejamentos confiáveis.
Quando os extremos do clima causam surpresas, são prejudicadas as modelagens, baseadas em dados do clima e, consequentemente, são impactados os planejamentos feitos nas propriedades rurais. “Quando há constância climática, a produtividade fica dentro da meta. Nós modelamos dados numéricos e projetamos para a próxima safra, construindo um cenário do clima”, afirma.
As projeções são feitas em janeiro, considerando o que deverá ocorrer no meio e no final da safra. “Quando o cenário climático foge da previsão, ele prejudica o planejamento”. Os acertos dessas projeções são em torno de 98%, segundo o pesquisador.