O emprego da palha da cana-de-açúcar na indústria enfrenta vários desafios. Isso porque essa matéria-prima oferece pelo menos 3 problemas.
O alerta é de Regis Leal, diretor nacional do Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR), em sua palestra nesta quarta-feira (23/10).
A palestra abriu o primeiro dia do Seminário Brasileiro Agroindustrial (SBA), em Ribeirão Preto (SP).
O LNBR realiza trabalhos de viabilização da palha na indústria sucroenergética.
Leal apresentou, em sua palestra, três problemas que a palha enfrenta em seu processo de viabilidade como insumo industrial.
1
Umidade
“Palha com 10% de umidade é melhor do que o bagaço com 50% de umidade?”, questiona o especialista.
“A caldeira foi feita para trabalhar com bagaço com 50% de umidade e se for usado combustível (palha) com 10% pode dar problemas.”
2
Teor do cloro
O especialista também alertou para outro complicador da palha, que é o teor de cloro.
“Na palha o teor de cloro é dez vezes maior que o encontrado no bagaço”, afirmou.
O bagaço tem dez vezes menos cloro, explica, porque esse é removido nas moendas ou no difusor.
3
Cinzas
É comum encontrar até 10% de cinzas na palha, contra 3% médios no bagaço.
O especialista disse, também, que tecnologias e estratégias são adotadas para viabilizar a palha nas plantas sucroenergéticas.
Segundo ele, as 400 usinas em operação no Brasil trabalham com 1,5 mil caldeiras.