Mercado

Usinas querem fim de taxa sobre produto nos EUA

Agnaldo Brito

Os usineiros querem que o governo brasileiro negocie com os Estados Unidos o fim do pedágio que o País é obrigado a pagar para exportar etanol para o mercado americano. Para o setor de açúcar e do álcool, a aproximação dos governos do Brasil e do Estados Unidos é uma oportunidade para tentar derrubar a barreira tarifária imposta ao álcool brasileiro.

Nicholas Burns, subsecretário de assuntos políticos da Casa Branca, já declarou que o tema do biocombustível deve assumir peso estratégico na relação geopolítica entre Brasil e Estados Unidos.

Em dezembro, o ex-governador da Flórida John Ellis “Jeb” Bush (irmão do presidente George W. Bush), o ex-ministro da Agricultura e atual presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Roberto Rodrigues, e o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno, assinaram um acordo bilateral privado pró-etanol.

Segundo Alfred Szwarc, consultor da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), a barreira tarifária é o principal problema para os produtores locais. Hoje, os exportadores brasileiros pagam uma tarifa fixa de US$ 0,14 por litro de etanol (US$ 140 por metro cúbico de etanol) para entrar nos Estados Unidos. Há uma taxa adicional de 2,5% sobre o valor da venda.

O bloqueio só não funciona quando o preço do etanol nos Estados Unidos dispara. “Foi o que ocorreu em 2006, mas isso não acontece sempre”,comenta Szwarc. No ano passado, as usinas venderam 1,7 bilhão de litros para os americanos. No total, as exportações brasileiras de álcool foram de 3,5 bilhões de litros no ano passado.

Brasil e Estados Unidos vão elevar a produção de etanol. Em 2015, os americanos vão produzir 50 bilhões de litros. Em 2012, o Brasil deverá chegar aos 30 bilhões de litros.

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