Dois dias após a morte do ambientalista Francisco Anselmo de Barros, o projeto que causou seu protesto e morte está praticamente enterrado em Mato Grosso do Sul. A maior possibilidade é que a proposta, originalmente encaminhada pelo governador do Estado, Zeca do PT, seja derrotada ainda na Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia Legislativa.
Deve chegar hoje à Assembléia a nota técnica do Ministério do Meio Ambiente explicando que o projeto de Zeca é inconstitucional e pode prejudicar a região do Pantanal. Ontem, em uma visita não agendada, a ministra Marina Silva explicou que a nota estava sendo preparada havia cerca de 15 dias – antes, portanto, do protesto e da morte de Barros – a pedido de um dos deputados estaduais, Pedro Teruel (PT). Mas ainda não está pronta.
Essa é a terceira tentativa de o governo de Mato Grosso do Sul autorizar a exploração de usinas na região próxima ao Pantanal. A primeira foi ainda em 2003, por decreto, mas não funcionou. Marina disse, ainda em Campo Grande, que vai conversar com o governador sobre o projeto. Ele não estava na cidade ontem; havia ido ao Pantanal, pescar.