Usinas premiam recebimento de cana limpa

Pesquisas, premiações e projetos desenvolvidos por funcionários da área agrícola revelam o esforço de diversas usinas em transportar para a indústria uma cana com a menor quantidade possível de impurezas. Esses programas, que recebem diferentes denominações — como cana limpa, cana pura, só cana — demonstram a preocupação cada vez maior do setor sucroalcooleiro com a qualidade de processamento do produto. Na Usina Passa Tempo, de Rio Brilhante (MS), um grupo de funcionários que integra o programa Círculos de Controle de Qualidade — CCQ, criou o projeto “Entrega da Cana Rica e Limpa”.

“A impureza vegetal caiu, em 2001, de 8,35% para 3.37%, equivalendo a uma redução de 59.760 toneladas, o que representa 3.335 viagens ou 8 dias de trabalho durante a safra”, contabiliza Luciano Eutálio Soares, gerente de Recursos Humanos dessa usina pertencente ao Grupo Tavares de Melo. Segundo ele, a diminuição da quantidade de terra pode ser verificada no decantador. A limpeza do equipamento, que era semanal, passou a ocorrer de quinze em quinze dias. Além dos ganhos da qualidade da cana, esse projeto – desenvolvido por fiscais de cana — já possibilitou uma economia de R$ 173 mil nas áreas agrícola e industrial.

Para entregar uma cana rica e limpa, os trabalhadores passaram a adotar alguns procedimentos e cuidados durante o corte e o esteiramento. “Na hora de fazer o desbaste, a orientação é para que seja cortado o palmito, o que proporciona uma cana com maior teor de sacarose”, explica Luciano. Ele diz que o esteiramento correto — colocando-se uma cana ao lado da outra — facilita a limpeza. “O operador da carregadora dá a sua contribuição, sacolejando a carga para deixar o excedente de impurezas no campo. E, por último, a utilização criteriosa da água na mesa alimentadora assegura uma qualidade melhor do produto”, diz.