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Usinas devem operar três principais objetivos

As usinas de açúcar e álcool no futuro deverão trabalhar com três principais objetivos, que dependerão unicamente dos objetivos de seus investidores quanto ao que vão querer produzir. O prognóstico foi feito nesta tarde pelo vice-presidente de operações da Dedini Indústrias de Base José Luiz Olivério, durante palestra proferida na 5ª aula/palestra do Curso Industrial promovido pela UFSCar/UDOP/STAB. Olivério palestrou sobre a “Evolução Tecnológica e a Usina do Futuro”. O Curso Industrial tem o apoio cultural das empresas Dedini e GE Betz/Fanuc.

Segundo Olivério o futuro do setor sucroalcooleiro deverá seguir três principais frentes. “A primeira delas será voltada aos investidores com objetivos voltados para a maximização do conteúdo energético da cana-de-açúcar, nesse caso a usina vai caminhar para produzir além do açúcar e do álcool a eletricidade, tendo que otimizar os processos internos na unidade industrial para gastar o mínimo de energia possível, para então vender o excedente de energia produzida”, disse.

Olivério destaca que esta usina do futuro deverá aproveitar toda a energia disponível na unidade para alcançar seu objetivo final. “Tanto a energia do bagaço, como da palha, e outras, como o biogás que pode ser obtido a partir da vinhaça, terão que ser aproveitados. Com isso tudo numa usina de 10 mil toneladas de cana ao dia poderá ser produzido um excedente na ordem de 90 megawatts para fornecer pra rede, e esses 90 megawatts em nível nacional vão possibilitar em termos nacionais uma geração de excedente de energia elétrica na ordem de 15,5 mil megawatts, maior inclusive que Itaipu, um número bastante representativo em termos de contribuição energética”, esclarece.

O palestrante destaca ainda que a segunda usina do futuro será a integração da tecnologia DHR (Dedini Hidrólise Rápida) na usina de álcool tradicional. “Essa tecnologia, que está sendo desenvolvida em estágio final pela Dedini em parceria com a Copersucar e com a Fapesp (Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo) possibilitará uma produção até 100% maior com a mesma área plantada, já que a tecnologia DHR permite a produção de álcool através da utilização não apenas do caldo (já utilizado atualmente), mas também do bagaço e da palha da cana”, destaca.

Já a terceira hipótese de usina do futuro, na visão do vice-presidente de operações da Dedini será aquela que “decorre do interesse mundial pelo álcool que já ocorre hoje, devido a valorização do álcool por suas qualidades ambientais e pelo fato dele vir de uma matéria-prima renovável. Dentro dessa ótica energética e ambiental num cenário de desenvolvimento sustentável o álcool adquire uma nova dimensão que é uma dimensão energético ambiental, então o novo negócio da cana será um negócio também de meio ambiente, onde vai se vender além de álcool e energia, a redução das emissões veiculares nos grandes centros e redução de emissões de gás carbônico da atmosfera, contribuindo pro efeito estufa”, declara Olivério.

O vice-presidente de Operações da Dedini destaca ainda que a empresa já está se preparando para esse futuro. “Queremos manter nossa participação no mercado, já que hoje conseguimos atingir uma parcela de até 80% de todo o álcool produzido no país, ou seja, em 80% do álcool produzido no Brasil existe a tecnologia Dedini, e queremos manter essa parcela de mercado, por isto estamos investindo pesado em novas tecnologias”, finaliza.