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Usinas de cana do centro-sul mantêm ritmo de moagem no início de dezembro

Colheita para a Usina Batatais, na região de Ribeirão Preto (foto: Silva Jr. / Especial)
Colheita para a Usina Batatais, na região de Ribeirão Preto (foto: Silva Jr. / Especial)

As usinas do centro-sul do Brasil processaram 18 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na primeira quinzena de dezembro, mantendo um ritmo de trabalho quase igual ao da segunda quinzena de novembro, informou nesta terça-feira a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).

O volume processado, no entanto, ficou 77 por cento acima do registrado na primeira quinzena de dezembro de 2014, quando muito mais usinas já haviam encerrado a safra. “As usinas estão querendo aproveitar ao máximo a possibilidade de colheita para evitar a cana em pé (sobrando para a próxima temporada)”, disse o diretor da consultoria Job Economia, Júlio Maria Borges.

Dados do serviço meteorológico Reuters Weather Dashboard mostram que a primeira quinzena de dezembro não foi majoritariamente seca no interior de São Paulo –principal região produtora de cana do país–, mas os números da Unica indicam que as empresas fizeram um esforço para continuar os trabalhos.

“Os preços (do etanol e do açúcar) estão atrativos”, destacou Borges.

A Unica não divulgou comentários sobre os dados divulgados nesta terça. Na semana passada, a entidade informou que “devido ao grande volume de usinas que ainda estão operando e moendo cana-de-açúcar da safra atual” não faria a habitual divulgação de balanço final da temporada em dezembro.

O anúncio dos resultados da safra 2015/16 será realizado na segunda quinzena de janeiro de 2016, disse a Unica. Naquele comunicado, a entidade destacou que apenas 47 unidades produtoras haviam encerrado a moagem até 30 de novembro, contra 137 no mesmo período da safra passada.

Segundo o diretor da Job Economia, no entanto, as empresas estão chegando perto do limite em que os custos operacionais –mais elevados nesta época tradicionalmente mais úmida– são compensados pelos resultados financeiros.

“Tudo indica que a partir do Natal esse ritmo de moagem vai cair muito… os custos ficam proibitivos”, disse Borges, lembrando que a manutenção da moagem acarreta gastos com pessoal, maquinário e possíveis danos às lavouras com a circulação das colheitadeiras no solo úmido.

A produção de açúcar na primeira quinzena de dezembro atingiu 636 mil toneladas, ante 704 mil na quinzena anterior e 383 mil toneladas um ano antes.
A produção de etanol no centro-sul na primeira quinzena de dezembro alcançou 790 milhões de litros, ante 881 milhões na quinzena anterior e 498 milhões de litros um ano antes.

No acumulado da safra 2015/16, a moagem de cana já alcança 581,3 milhões de toneladas, alta de 3 por cento ante o mesmo período de 2014/15. A produção de açúcar soma 30,06 milhões de toneladas (-5,6 por cento) e a de etanol soma 26,6 bilhões de litros (+3,4 por cento), no acumulado da safra.

Fonte: (DCI)

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