No âmbito da tecnologia um dos assuntos mais falados dos últimos meses é o metaverso. A ideia futurista está em alta desde que em outubro de 2021 o Facebook mudou seu nome para Meta em virtude de acreditar que esse conceito muito em breve trará diversas mudanças no cotidiano das pessoas e das empresas.
De forma simples, o metaverso é um conceito que mistura realidade aumentada e ambientes virtuais. É como viver e agir em um universo virtual que influencia a vida real.
No primeiro momento, isso pode parecer apenas mais uma forma de entretenimento distante do ambiente corporativo e quiçá do universo bioenergético onde estão as usinas de cana-de-açúcar, mas a gerente de tecnologia da informação da UDOP, Rosângela Maria Bombonato de Andrade, pensa diferente.
O metaverso como ambiente de pesquisa e treinamento
Durante sua participação em painel da 4ª Edição da EsalqShow, ela considerou que o metaverso pode estar mais próximo do setor bioenergético do que se imagina. “Olhamos para o metaverso com a expectativa de ser um ambiente virtual que estimule pesquisas e testes. Por exemplo, aquilo que é testado no campo ou na indústria e leva muito tempo para ser avaliado pode ser acelerado com uso da realidade aumentada”, explica Andrade.
Inclusive, ela informa que já existem casos de usinas fazendo treinamento na área industrial projetando possíveis problemas na planta com uso de realidade aumentada. “A conectividade está evoluindo e já proporciona o uso de novas tecnologias, como inteligência artificial, internet das coisas e Data Science e quem investe em novas tecnologias se mantém firme no setor”, garante a gerente de TI.
O uso de inteligência artificial nas usinas de cana já é realidade
Se por um lado o metaverso pertence a um futuro próximo, o uso de inteligência artificial e machine learning já é uma realidade no setor. Atualmente, cerca de 80 usinas utilizam inteligência artificial para maximizar sua produção e otimizar seus processos industriais através da Otimização em Tempo Real (RTO) disponibilizada pelo software S-PAA.
No Grupo Tereos, sete unidades produtoras utilizam a ferramenta. Na unidade Cruz Alta, por exemplo, a inteligência artificial do S-PAA foi aplicada em todas as áreas do processo industrial com ótimos resultados.
O Especialista de Processos Corporativo, da Tereos, Bruno Henrique Francisco, oferece detalhes. “Na área de Extração, por exemplo, fazemos a leitura do bagaço que sai lá da calha do último terno depois do difusor que serve de parâmetro input para o controle do S-PAA. Além de inúmeras variáveis que o S-PAA enxerga através da inteligência artificial”.
Outra vantagem destacada por Francisco foi a sinergia do processo como um todo, que permite entender o cenário para atendimento ao plano através do Gêmeo Digital. “Rodamos o balanço da planta para entender quanto iremos moer, quanto ser levado de caldo, de mosto, e vapor para atender o plano de produção. O S-PAA vai lá e cuida para que tudo isso saia com maior potencial possível que a planta é capaz de oferecer. É uma ferramenta que ajuda a buscar o detalhe para se alcançar a eficiência”, complementa.
Excelência operacional comprovada
Está comprovado que a inteligência artificial do S-PAA está proporcionando um padrão de excelência operacional 24/7 para as usinas que utilizam a ferramenta. O que gera um desdobramento das estratégias da equipe de gestão para a operação em laços fechados e abertos, além da padronização dos turnos dos operadores da planta, geralmente composta por três turnos.
Além disso, a gestão da rotina é facilitada, pois o software aponta o melhor set point para o momento, ajudando o operador a encontrar e melhorar suas manobras no tempo certo, indicando as correções. O Software tem atuação local, mas focando o resultado global.
O coordenador de extração da Usina Lins, Júlio Pavanelli, é um dos gestores industriais de usinas que comprova os resultados de excelência operacional. “Somos uma empresa em constante movimento em busca de excelência, porque hoje a busca da excelência não é um diferencial, é uma obrigatoriedade para que nós consigamos sobreviver”, afirma.
Atualmente, a Usina Lins possui Laços Fechados do S-PAA nas áreas de Extração, Vapor, Tratamento de Caldo – o do Caldo Primário está em implementação – e pH do Caldo Dosado, com resultados consistentes tanto na produção, quanto na produtividade da equipe.
“O S-PAA é uma ferramenta que inova na excelência operacional. Um programa aberto que permite a participação de todos os colaboradores, fazendo com que as pessoas se sintam um CPF dentro do nosso CNPJ, na busca da excelência operacional”, destaca Pavanelli.