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Usinas de açúcar e álcool antecipam fim da safra

As usinas de açúcar e álcool do Centro-Sul, incluindo o Estado de São Paulo, anunciaram a antecipação em 10 dias do encerramento da safra 2003/2004, prevista para acontecer até o início de dezembro. Pelo menos quatro usinas já encerraram suas atividades de colheita e moagem, sendo duas no Mato Grosso do Sul (MS), uma no Espírito Santo (ES) e outra no Paraná (PR). Apesar da alteração no calendário do setor sucroalcooleiro, a previsão de 288 milhões de toneladas e produção de 12 bilhões de litros de álcool nesta safra foi mantida pela União das Indústrias Canavieiras do Estado de São Paulo (Unica). A estiagem que assola a região e o início mais cedo da produção neste ano, de maio para abril, foram os fatores determinantes para o encerramento antecipado. No ano passado, a safra chegou até dezembro. “A usina que havia planejado moer até 15 novembro, por exemplo, agora anuncia que vai trabalhar até o dia 5 de novembro”, explica o diretor-técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues. “Com a falta de chuva, as usinas trabalham sem parar e por isso acabam a safra mais cedo. Quando chove, não é possível trabalhar assim. As usinas param”, diz Rodrigues.

A Unica divulgou também o estágio de colheita e processamento desta safra. Até o dia 16 de setembro, foram moídas 217 milhões de toneladas de cana, resultando em processamento de 75% da safra 03/04. O desempenho foi maior que o registrado na safra passada. O volume é 9,84% maior. Segundo informações da Única, no Estado de São Paulo, principal produtor do País, a produção de cana teve um aumento de 9,11% em relação à safra 02/03, totalizando 153 milhões de toneladas em comparação com os 140 milhões de toneladas do período anterior. Nesta safra, a quantidade de quilos de Açúcar Total Recuperado (ATR) por tonelada de cana alcançou 148,23 quilos no Estado de São Paulo. Resultado ligeiramente superior aos 148,14 quilos de ATR por tonelada do mesmo período em 2002. Para a próxima safra, o setor ainda não arrisca previsão devido às atuais condições climáticas desfavoráveis para as rebrotas das plantas. A brota do canavial é suscetível aos efeitos da estiagem. “A seca está brava. Estamos rezando para chover para que possamos começar a mexer no solo e preparar o plantio. Se plantarmos agora, a planta não se desenvolve”, diz o presidente da Associação dos Produtores de Cana, Açúcar e Álcool, Antônio Celidônio Ruette.

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