A Guarani, empresa sucroalcooleira controlada pela francesa Tereos Internacional, prevê processar em 2014/15 cerca de 21 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, 5% acima do realizado neste ciclo 2013/14. Em evento para analistas ontem em São Paulo, o diretor de açúcar e etanol do grupo controlador (Tereos), Jacyr Costa Filho, disse que a empresa até teria condições de elevar o volume de cana processado no ano que vem, mas optou por não avançar mais, para encurtar a duração da safra. “Adiaremos o início do ciclo 2014/15 do início de abril para a segunda metade do mesmo mês”, afirmou o executivo.
A estratégia, segundo ele, visa reduzir custos e aproveitar o período “ótimo” de moagem, compreendido entre maio e novembro, quando os canaviais costumam render mais peso e teor de açúcar.
Assim, se confirmado, o crescimento para o ano que vem será menor que o registrado nesta safra 2013/14 na comparação com a 2012/13, quando o volume processado de cana aumentou 9,9%, saindo de 18,2 milhões para 20 milhões de toneladas.
Na busca por elevar a eficiência da operação, a Guarani também está colocando o pé no freio em investimentos que não sejam prioritários. “O foco continua sendo elevar a produtividade dos canaviais”, disse o executivo. Essa estratégia já ficou evidente no primeiro semestre desta safra 2013/14. Entre maio e setembro deste ano, os investimentos operacionais nas usinas de cana caíram 6,6% na comparação com igual intervalo de 2012, para R$ 279 milhões.
O executivo afirmou que a produtividade dos canaviais da empresa vem subindo devido ao clima mais favorável e à adoção de algumas técnicas agrícolas. De maio a setembro deste ano, o rendimento da cana nas usinas da Guarani subiu para 95 toneladas por hectare, ante as 83 toneladas por hectare registradas em igual intervalo do ano passado.
O executivo disse não ter projeções para os preços do açúcar e do etanol no ano que vem, mas espera que a venda de eletricidade produzida a partir do bagaço da cana cresça 41% em 2014/15. A estimativa da empresa é vender 1.100 gigawats/hora na próxima temporada, ante as 780 GWh de 2013/14. “Os investimentos em cogeração estão sendo concluídos neste ano com a finalização das obras na unidade Tanabi (SP). No próximo, não teremos novos aportes em expansão”, informou Costa.
Com sete usinas de cana no Estado de São Paulo, a Guarani teve no trimestre encerrado em 30 de setembro receita líquida de R$ 591 milhões, 12% acima da registrada em igual intervalo do ano passado. A companhia tem como sócia a Petrobras Biocombustível, que em outubro deste ano fez mais um aumento de capital na sucroalcooleira de R$ 225,1 milhões. Com isso, elevou sua participação a 39,6%. Até 2015, essa fatia deve subir a 45,7%.