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Usina encurta moagem e preço do açúcar recua

As usinas do Centro-Sul do país desligarão as máquinas processadoras de cana mais cedo neste ano. O clima seco, com poucas chuvas, e a antecipação da safra 2003/04, iniciada em abril, são responsáveis pelo encerramento da moagem da cana a partir de novembro, com pelo menos 30 dias de antecedência para algumas usinas.

Dados oficiais da União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo (Unica) mostram que 75% da matéria-prima, ou 217 milhões de toneladas, foram moídas até o final da primeira quinzena de setembro. O volume é 10% maior que registrado no mesmo período de 2002. Até o dia 1º de outubro, 83% da cana já estava moída, de acordo com dados preliminares de Antonio de Padua Rodrigues, diretor-técnico da entidade.

No balanço fechado até o dia 16 de setembro, o Centro-Sul produziu 9,2 bilhões de litros de álcool, um volume 13,3% maior que no mesmo período do ano passado. A produção de açúcar atingiu 14,5 milhões de toneladas, 1 milhão de toneladas a mais sobre o mesmo período de 2002.

A Unica mantém a produção da safra 2003/04 em 288 milhões de toneladas, 7% acima do ciclo anterior. “O clima seco tem prejudicado a produtividade da cana, mas tem melhorado o teor de açúcar na cana”, afirma Padua.

Com a antecipação da safra, a oferta de açúcar tem pressionado os preços do produto no mercado interno, afirmam especialistas ouvidos pelo Valor. Ontem, o índice Cepea/Esalq fechou a R$ 21,41 para a saca de 50 quilos, em São Paulo. Na semana, os preços acumulam queda de 4% e 22% de recuo no mês.

“Se os preços do açúcar romperem a barreira dos R$ 20 por saca, as cotações desabam de vez”, afirma um analista do setor. Segundo ele, algumas usinas estão com seus custos de produção comprometidos nos atuais preços do açúcar no mercado. “O setor provocou uma subida artificial dos preços em agosto na expectativa de as cotações teriam suporte depois, o que não aconteceu.”

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