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Usina de açúcar, não. Agora é de energia

Uma oportunidade de investimento está, literalmente, batendo na porta das usinas, com a finalidade de aumentar a quantidade de energia feita a partir do bagaço da cana-de-açúcar. Pelo menos quatro grandes empresas, incluindo a Areva Koblitz, a Coomex e a CPFL Energia, estão com os seus executivos visitando os tradicionais fabricantes de açúcar e álcool do Estado, oferecendo vários tipos de parcerias. Existe até parceiro interessado em bancar 100% do investimento para explorar o novo negócio por um período de 15 anos, como se fosse uma concessão. Depois disso, o parque gerador de energia é devolvido à usina.

“Estamos analisando propostas de mais de uma empresa e, até agora, pensamos em fazer um um investimento conjunto para aumentar a quantidade de energia que podemos produzir”, diz o diretor executivo da Usina São José, Frederico Petribú Vilaça. Pelo menos mais três empresas pernambucanas estão na mesma situação.

“Há um boom de energia de biomassa no País”, diz o diretor comercial da empresa paulista CPFL Energia, Mauro Magalhães. O que contribuiu para isso foi o aumento do preço da energia, que ocorreu nos últimos 10 anos, e o crescimento econômico do País – quase constante – desde 2002.

Os executivos da CPFL estão conversando com os diretores de algumas usinas pernambucanas interessada nesse novo negócio. Comercializadora de energia, a empresa Coomex também está se aproximando das usinas da Região. “A energia de biomassa ficou viável economicamente”, diz o diretor presidente da Coomex, José Amorim, acrescentando que “existe um grande potencial inexplorado” nas usinas do Nordeste.

Em média, as usinas precisam um investimento de R$ 120 milhões a R$ 150 milhões, dependendo do porte da empresa para aumentar a capacidade de geração de energia. Esses investimentos são feitos com a aquisição de novos equipamentos que aumentam a energia produzida, embora usem a mesma quantidade de bagaço de cana-de-açúcar. Aumentar a capacidade de geração de energia pode trazer uma receita adicional que varia de 10% a 15% do faturamento total de uma usina, segundo o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco, Renato Cunha.