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Universidades lançam doutorado conjunto em bioenergia

Três universidades estaduais USP (Universidade de São Paulo), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) preparam para 2014 em conjunto um inédito curso de doutorado em bioenergia. Segundo o professor Carlos Alberto Labate, da Universidade de São Paulo (USP), coordenador-geral do Programa Integrado de Doutorado em Bioenergia, o conjunto está organizando um programa de excelência em bioenergia, no qual os alunos terão oportunidade de estudar com os melhores especialistas nos diferentes aspectos do setor e poderão se conectar com os principais centros de pesquisa na área no mundo.

Com a proposta de ser um curso internacional, o programa contará com professores das três universidades, além de especialistas estrangeiros. Terá boa parte de suas aulas em inglês e usará um sistema de videoconferência para a integração de alunos e professores situados em diferentes cidades. “Os alunos farão pelo menos quatro meses de estágio no exterior, em universidade, empresa ou centro de pesquisa. E queremos atrair não só estudantes do Brasil, mas também do exterior”, destacou Labate.

De acordo com Labate, a bioenergia é uma das áreas que mais crescem no mundo e o Brasil é uma liderança. “Temos competência, um grande mercado, somos os principais produtores de matéria-prima para a área de bioenergia e falta pessoal qualificado, inclusive para fazer spin-off, porque uma das coisas que queremos é que nossos alunos sejam empreendedores na área de bioenergia.”

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“A massa crítica das três universidades é muito grande. Em levantamento feito na FAPESP, constatou-se que cerca de 500 pesquisadores das três instituições trabalham com o assunto bioenergia direta ou indiretamente”, explica Luís Augusto Barbosa Cortez, professor na Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) da Unicamp e coordenador adjunto de Programas Especiais da FAPESP, que integra a comissão executiva do Programa Integrado de Doutorado em Bioenergia..

Segundo ele, já existem muitos pesquisadores de faculdades diversas, como medicina, que trabalharam ou estão trabalhando com algo relacionado a biocombustíveis, bioenergia, produtos químicos, plásticos ou derivados de biomassa.

No Programa Integrado de Doutorado em Bioenergia, as disciplinas serão organizadas em cinco áreas principais: agrícola, industrial, sustentabilidade, biorrefinarias e motores. Segundo Cortez, embora o Brasil seja líder em bioenergia, ainda faltam profissionais, principalmente em algumas vertentes, como a de motores.

Outra área com carência de profissionais é a de gaseificação e combustão. “Fomos muito para o lado da fermentação, muito pela linha bioquímica (quando se fala em etanol de segunda geração), mas pouco pela linha térmica”, afirmou Cortez.

Um dos objetivos do curso é proporcionar ao aluno um panorama geral, uma formação ampla para que o profissional entenda os diversos fatores envolvidos na questão da bioenergia.

O site oficial do curso ainda está em construção, mas o provisório pode ser visto em: http://genfis40.esalq.usp.br/pg_bio.