Com o respaldo de representar mais de 18 mil produtores de cana do Nordeste, que juntos respondem por cerca de 50% da cana-de-açúcar produzida na região – o equivalente a cerca de 25 milhões de toneladas/safra – a União Nordestina dos Produtores de Cana-de-açúcar (Unida) vem, cada vez mais, se consolidando como importante instituição de representatividade dos produtores canavieiros. E isso ficou evidenciado numa reunião realizada nesta segunda-feira (10), na sede da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), em João Pessoa.
“A criação da Unida foi um marco para o Nordeste e para o fortalecimento da cultura canavieira da região, porque com a Unida a gente passou a ter voz ativa no cenário canavieiro”, afirmou o consultor e um dos fundadores da Unida, Gregório Maranhão, que estava presente à reunião que foi conduzida pelo presidente da Unida e vice-presidente da Asplan, Pedro Neto.
A extensa pauta da reunião, que contou com a participação de dirigentes das associações de Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Rio Grande do Norte, incluiu além de questões administrativas, a problemática da escassez e falta de mão de obra no campo, os caminhos para a mecanização da colheita, o PL 715/24 que tramita na Comissão do Trabalho da Câmara e que propõe um incentivo para o cortador de cana, as perspectivas de crescimento do cooperativismo e a questão do pagamento do RenovaBio, com ênfase para o pagamento dos CBios para os produtores.
O presidente da Unida, na ocasião, reforçou que a bandeira do setor canavieiro e do agronegócio não deve ter cor partidária. “Estamos aqui, unidos, para defender a bandeira da cana-de-açúcar. As associações e entidades de classe não devam ter partidos políticos porque independente de quem está no poder, o que a gente tem que defender são os interesses do setor produtivo que, no nosso caso, é o setor canavieiro”, ponderou Pedro Neto. Em seguida, ele exibiu dois vídeos que abordam os cálculos do pagamento de CBios.
Ficou definido na reunião desta segunda-feira (10) que a Unida fará nas associações uma apresentação de como se dará esse cálculo referente ao CBios para os fornecedores associados, a fim de melhor orientá-los em relação a esse assunto e que caberá a cada entidade associada à Unida disponibilizar um técnico para orientar os associados de como tornarem-se elegíveis para receber os créditos de carbono do RenovaBio. As datas das reuniões que acontecerão em cada entidade associada ainda não foram marcadas, mas começarão já a partir de julho.
“O Cálculo do CBios é bem complexo e será importante a ajuda das associações para orientar seus associados e assegurar que eles recebam seus valores corretamente, mas primeiro é preciso que os fornecedores se tornem elegíveis para receber o pagamento, ai entra o papel fundamental das entidade associadas que junto com a coordenação da Unida acompanharão todo esse processo”, argumenta Pedro Neto.