A Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar) deve inaugurar em dois meses sua base em Washington (EUA). Segundo Marcos Jank, presidente da Unica, a entidade está contratando um executivo americano para representar o setor sucroalcooleiro do país no mercado americano.
“Esse executivo será a nossa voz nos EUA. Ele irá ao Congresso e Executivo dos EUA, participará de debates sobre biocombustíveis e nossa ponte com ONGs”, disse. Nos próximos meses, a Unica terá uma base em Bruxelas, para representar o setor na União Européia, e outra na Ásia, mas o local ainda não foi definido.
A internacionalização da Unica reflete a importância que o etanol ganhou no mercado internacional. Nos EUA, a intenção da Unica é abrir caminho para o álcool brasileiro. Os EUA impõem uma tarifa de US$ 0,54 por galão para entrada de álcool de outros mercados, além de uma tarifa de 2,5% ad valorem.
Mesmo com essa restrição, cerca de 65% do álcool exportado pelas usinas do centro-sul do país de abril a julho deste ano, referente à safra 2007/08, foram para o mercado americano. Os volumes incluem os embarques diretos para os EUA e os feitos via Caribe, segundo a Unica.
No Brasil, a Unica vai reforçar sua área de comunicação, contratando um profissional trilíngüe para se comunicar com a imprensa internacional.
Agora, a Unica está empenhada em negociar com a Índia a retirada dos subsídios daquele país à exportação de açúcar. “Vamos negociar através do Itamaraty e também diretamente com a iniciativa privada”, afirmou Jank. A Unica não acha que é caso de questionar o país na Organização Mundial do Comércio (OMC). “A Índia é um importante aliado do Brasil no G-20. Vamos tentar convencê-los a destinar parte da produção de cana para o álcool.”