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Unica terá reunião para avaliar atratividade do Proinfa

Apesar de considera positivo o lançamento do Proinfa (Programa de Incentivo a Fontes Alternativas) depois de quase dois anos de espera, a Unica (União da Agroindústria Canavieira de São Paulo) tem dúvidas sobre a atratividade do programa para os investidores em biomassa de cana-de-açúcar. Segundo o responsável pela área de cogeração da entidade, Onório Kitayama, ainda será necessário conhecer a opinião dos empresários sobre as regras do programa estabelecidas pelo Ministério de Minas e Energia.

“Vamos realizar uma reunião, ainda sem data marcada, para apresentar o programa e saber se os empresários vão entrar”, conta. Ele, entretanto, afirma que a remuneração de R$ 93,77 pelo MWh não está dentro do plano de incentivar a cogeração com a biomassa. Kitayama cita que na Índia, o governo criou um programa que pagava US$ 70 pela energia para estimular o negócio.

O representante da entidade, que participou do evento “Estratégicas para Fomento da Cogeração de Energia em São Paulo”, promovido nesta quarta-feira, dia 31 de março, pela Fiesp e Cogen-SP, ressalta que esse preço não é o patamar sugerido pela Unica, mas que serve de exemplo para mostrar a visão de incentivo de um governo.

Segundo ele, a elevação de exigência de capital próprio de 20% para 30% no Proinfa refletirá no custo total do empreendimento. “As empresas vão precisar captar no mercado, reduzindo o benefício da linha do banco estatal”, comenta. Para o responsável pela área de cogeração da Unica, o programa é mais atraente para as pequenas centrais hidrelétricas.

Outro ponto que incômoda a entidade é o limite de 20% para os projetos de cogeração de biomassa para o estado de São Paulo na primeira etapa da chamada pública. A região, conta Kitayama, tem 38 projetos, que totalizam 1.227 MW de capacidade instalada, mas só 220 MW podem entrar.

O montante poderá superar esse percentual caso os outros estados não consigam ofertar os 880 MW restantes. O executivo considera essa realidade injusta, já que São Paulo representa cerca de 60% da produção de cana-de-açúcar do Brasil.