Após as dificuldades do início do exercício – marcado por restrições no crédito e estoques elevados -, a indústria sucroalcooleira chegou ao final da safra 2009/10 em situação inversa, apresentando preços em alta tanto em açúcar como em etanol, afirmou hoje o presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank.
No caso específico do etanol, Jank disse que os preços seguem o comportamento das commodities agrícolas e mostram uma correção de patamares reduzidos observados por um longo período. Assim, o executivo reconhece que, na bomba de combustível, o álcool ficará menos competitivo do que a gasolina em alguns estados, mas que isso não representa uma tendência.
” Vamos ter um final de safra com preços mais altos, mas já na próxima safra, que novamente será recorde, os preços devem voltar a cair”, disse a jornalistas.
O executivo reiterou ainda que a próxima safra deverá ser antecipada pelos produtores. A Unica estima que 140 usinas iniciarão a moagem a partir da segunda quinzena de março de 2009, superando com folga as 45 unidades em atividade no mesmo período deste ano.
Estima-se também que entre 45 e 55 usinas seguirão em operação até fevereiro. “Não é uma prática convencional realizar moagem no verão”, afirmou o presidente da Unica.
Jank ainda fez alguns comentários sobre a Conferência do Clima de Copenhague, onde se discute alternativas ao petróleo, o que, portanto, representa um ponto de interesse aos produtores de etanol. Para ele, apesar de uma ” proliferação ” de movimentos de empresas e governos para amenizar o aquecimento global, o mundo ainda está longe de um acordo multilateral sobre o clima no evento que ocorre na Dinamarca.
” Quando a linguagem da negociação se torna muito técnica e complexa é porque não vai sair nada mesmo ” , disse Jank, acrescentando que essa situação tem ocorrido nas conferências da ONU sobre mudanças climáticas. ” Um acordo multilateral sobre o clima ainda vai demorar um pouco. Ou, se existir, será pífio ” , concluiu.