Coincidentemente à criação da Aliança Brasileira para Biocombustíveis de Aviação(Embraba), anunciada na segunda-feira (10), uma das principais empresas aéreas do mundo, a Lufthansa, informou no sábado (08) que será uma das primeiras do mundo a utilizar uma mistura de biocombustível com querosene de aviação em seus voos comerciais.
“É cedo ainda para avaliar como tendência, mas é um movimento importante quando se observa um gigante como a Lufthansa tomar esta iniciativa. O desenvolvimento em pesquisa para um combustível sustentável e eficiente deve, sem dúvida, se intensificar daqui para frente”, avalia Alfred Szwarc, consultor de emissões e tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
Wolfgang Mayrhuber, diretor-executivo da Lufthansa, afirmou em evento em Hamburgo que a mistura de biocombustível com querosene deve começar a ser utilizada em dois anos. Um porta-voz da empresa informou que um calendário mais preciso será definido até o final deste ano.
“Primeiro esperamos obter algum resultado relacionado à segurança, e, depois, alguma vantagem relacionada ao custo de emissões (de gases)”, afirmou Mayrhuber. As emissões de dióxido de carbono (C02) das aeronaves abastecidas com querosene de origem fóssil, cujo impacto no aquecimento global é significativo segundo cientistas, tem levado a uma legislação mais rígida na Europa para contornar o problema. Isso tem levado diversas empresas aéreas a desenvolver programas de testes com misturas de bicombustíveis e querosene. Entre as que já fizeram testes desse tipo estão a Virgin Atlantic, KLM, Jal, Airbus e Air New Zealand.