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União Europeia comunica a retirada da exigência da certificação oficial para entrada do amendoim brasileiro

Medida representa maior agilidade nos procedimentos de exportação e valoriza o produto brasileiro no mercado internacional

União Europeia comunica a retirada da exigência da certificação oficial para entrada do amendoim brasileiro

A União Europeia informou ao Brasil, na última sexta-feira (27), a retirada da exigência da certificação oficial e diminuição do índice de controle do amendoim brasileiro com destino aos países do bloco europeu em razão do índice de conformidade do produto em relação às contaminações com aflatoxinas (substâncias nocivas produzidas por fungos).

A decisão foi tomada com base nas análises efetuadas ao longo do ano de 2022, que demonstram que os controles efetuados pelos exportadores brasileiros e auditados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) garantem a qualidade e segurança do produto.

“Essa medida representa maior agilidade nos procedimentos de exportação e valoriza o produto brasileiro no mercado internacional”, destaca o auditor fiscal federal agropecuário Hugo Caruso.

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Somente no ano de 2022, o Brasil exportou cerca de 285 mil toneladas de amendoim, no valor aproximado de US$ 332 milhões. Destas, 70 mil toneladas foram destinadas à União Europeia.

Ainda segundo Caruso, a melhoria dos controles dos produtos exportados refletiu também nos produtos comercializados internamente que além de ser consumido in natura, é matéria prima para doces, bolos, sorvetes, entre outros.

“A grande preocupação em relação à segurança do produto está relacionada com as aflatoxinas que são produzidas por fungos. Essas toxinas além de serem cancerígenas podem provocar outros malefícios à saúde, e por isso reforçamos a importância dos consumidores adquirirem somente produtos de empresas registradas no Mapa, que fiscaliza periodicamente os embaladores”, alerta o auditor.

De acordo com José Antônio Rossato Junior, diretor da Coplana e Socicana, a cadeia do amendoim está em busca de informações para entender como será realizada a operação diante dessa medida.

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José Antônio Rossato Junior

As entidades reúnem mais de mil cooperados, a maioria deles composta por pequenos e médios produtores que produzem cana e culturas em rotação, como amendoim e soja, além de milho.

“Podemos interpretar como uma importante conquista do setor brasileiro. Provavelmente, impulsionada por duas frentes dos países da Comunidade Europeia: segurança alimentar e diminuição da inflação. É fundamental que o setor mantenha o rigor na seleção de lotes com enquadramento aos padrões de aflatoxina, bem como esteja vigilante ao alimento seguro, sobretudo em relação a eventuais resíduos de pesticidas, os quais podem sofrer maior fiscalização das autoridades sanitárias”, ressaltou.