Após três dias de discussões, os ministros da Agricultura da União Européia chegaram a um acordo para reformar o regime de produção de açúcar. A proposta prevê uma redução de 36% na cotação mínima do açúcar paga aos produtores em um período de quatro anos a partir de 2006. Também acertaram um esquema de compensação financeira de até 64,2% para os produtores recuperarem a perda de receita em decorrência da queda da cotação do produto.
A política açucareira européia sobreviveu até o momento a todas as tentativas de reforma desde seu estabelecimento, no fim da década de 1960. Os produtores dos países em desenvolvimento fizeram reiterados protestos, alegando que o programa da União Européia permitia que milhões de toneladas de açúcar subsidiado do bloco chegassem aos mercados internacionais, provocando queda nos preços.
A Organização Mundial de Comércio (OMC) declarou que esse sistema era ilegal e pediu que a União Européia revisse sua política, em resposta aos pedidos do Brasil, Austrália e Tailândia, três grandes exportadores do produto.
Além disso, os europeus enfrentavam a pressão internacional para reduzir seus subsídios agrícolas, acusados de contribuir para o colapso das negociações comerciais em nível internacional. Por isso, a Comissão Européia desejava obter um acordo antes da reunião da OMC de dezembro em Hong Kong, quando 148 países se encontrarão em uma nova rodada negociadora do comércio internacional.
Com o passo dado, a ministra da Agricultura européia, Mariann Fischer Boel, acredita que a União Européia está “em uma posição muito melhor” para as conversas do próximo mês.