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Unesp de Ilha Solteira adquire ultra-microdurômetro

O Laboratório de Ensaios Mecânicos do Departamento de Engenharia Mecânica da Unesp, em Ilha Solteira, conta agora com um moderno ultra-microdurômetro dinâmico digital. O equipamento de R$ 96 mil foi adquirido com recursos da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).

O ultra-microdurômetro vai alavancar as atividades de pesquisa em ciência e engenharia dos materiais desenvolvidos na Faculdade de Engenharia (FE). De acordo com o professor Juno Gallego, do Departamento de Engenharia Mecânica da FE, a dureza é uma das propriedades mecânicas mais importantes na engenharia e uma das técnicas mais utilizadas para a sua determinação é através de ensaios por penetração.

“Neles um indentador construído com um material muito duro, normalmente diamante ou metal duro sintetizado, é comprimido com uma força pré-estabelecida sobre a superfície do material a ser ensaiado”, conta.

O ultra-microdurômetro dinâmico digital está equipado com um microscópio ótico, tornando-o capaz de analisar o comportamento mecânico em áreas muito pequenas. Ele é capaz de fazer medidas de microdureza, por exemplo, em grãos com tamanho de 0,005 mm de diâmetro, ou 5 milésimos de milímetro (um fio de cabelo tem o diâmetro de 0,080 mm), que existem nos aços e outras ligas tecnológicas.

O monitoramento da variação da força aplicada e da profundidade do indentador através de uma rotina computacional permite calcular a dureza em escala microscópica, além de determinar o módulo de elasticidade e parâmetros de plasticidade – propriedades que não podem ser obtidas pelos durômetros comuns.

Embora o equipamento possa ser empregado em qualquer tipo de material, a linha de pesquisa que será imediatamente beneficiada é a que trata do estudo e desenvolvimento de revestimentos resistentes ao desgaste para a indústria sucroalcooleira.

Este é um dos temas investigados pelo Maprotec e envolve a caracterização de carbonetos (partículas muito duras) envoltas em uma matriz metálica e a sua correlação com os mecanismos de desgaste abrasivo, responsável por interrupções do processamento da cana-de-açúcar em virtude do desgaste causado por resíduos minerais (areia e terra) agregados à matéria prima sobre equipamentos como martelos, desfibradores e moendas.