O motorista de Ribeirão Preto já não sabe mais se espera a “dança” dos preços ou se corre aos postos para encher o tanque com álcool. Apenas um dia após o preço do litro subir R$ 0,30, o combustível voltou para o patamar registrado antes da alta.
O litro, vendido desde anteontem a R$ 1,699, podia ser encontrado ontem a R$ 1,349 em três postos da avenida Meira Júnior. Dois deles carregavam a bandeira Ipiranga e o outro da Shell.
A reportagem também constatou que, apenas um dia depois do aumento na maioria dos estabelecimentos em Ribeirão, outro posto na rua Petrópolis, revendedor da Ipiranga, também havia reduzido ontem o preço do álcool para R$ 1,349.
Outros sete postos consultados pela reportagem mantinham ontem a alta do preço do combustível, com preços que variavam de R$ 1,559 a R$ 1,699 o litro.
Como a Folha publicou ontem, o aumento do preço médio calculado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) foi de 25,1%.
A queda repentina dos preços do álcool se trata de uma “concorrência predatória”, na opinião de Oswaldo Manaia, diretor regional do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de São Paulo).
Segundo Manaia, um dos distribuidores resolveu subir o preço e abaixar logo em seguida, o que refletiu nas bombas. Para ele, a tendência é que o preço cresça.
“É possível que aumente, porque não tem empresário que sobreviva vendendo álcool a R$ 1,39, a preço de custo”, disse Manaia.
De acordo com o diretor, o valor de R$ 1,699 deve se manter estável no máximo até o fim deste mês. Em novembro e dezembro, disse ele, o preço do litro subirá ainda mais em razão do término da safra de cana.