A comissária para a Agricultura da União Européia (UE), Mariann Fischer Boel, propôs na segunda-feira um corte de até 17% na produção de açúcar dos países-membros da UE durante o ano-safra, com início em 1º de julho, na tentativa de limitar o risco de uma superoferta, segundo informações das agências internacionais.
A comissária está preocupada com a possibilidade de que a redução do preço mínimo pago pela UE a seus produtores de açúcar não ser eficiente para gerar um corte suficiente da produção, uma vez que um fundo destinado a estimular reduções mais acentuadas só será lançado em janeiro de 2007.
Ela propôs que a produção sofra uma redução de, no máximo, 3 milhões de toneladas e de, no mínimo, 2 milhões de toneladas. “A menos que façamos alguma coisa, enormes superávits pesarão sobre o mercado.” A UE, a segunda maior exportadora mundial de açúcar, atrás do Brasil, aceitou em novembro passado reduzir em 36%, ao longo de quatro anos, o preço mínimo que pagava a seus produtores de açúcar. Os cortes tiveram início com uma redução de 20% do preço, adotada em julho passado.
O bloco também concordou em oferecer indenizações parciais a seus produtores para compensar as reduções dos preços, além de criar um fundo para estimular o fechamento das fábricas de açúcar menos eficientes. As alterações destinam-se a garantir o cumprimento das restrições estabelecidas pela Organização Mundial do Comércio (OMC) em relação aos subsídios concedidos à produção de açúcar e a limitar a necessidade de compra, por parte das autoridades da UE, de açúcar pelo preço mínimo .
A UE pretende abolir o sistema de intervenção em seu setor açucareiro após o período de quatro anos. O corte extraordinário da produção “muito provavelmente” será de cerca de 2,5 milhões de toneladas, disse a Comissão Européia, o braço regulador da UE. A comissão decidirá em março próximo como será feita a distribuição do corte entre seus países-membros, que possuem cotas para a produção de açúcar totalizando 17,4 milhões de toneladas.