A União Européia entrou com pedido de apelação, nesta quinta-feira, na Organização Mundial do Comércio (OMC), contestando a decisão do órgão, que deu vitória ao Brasil, Austrália e Tailândia, contra a política de subsídios ao açúcar praticada pelo bloco.
Os três países contestaram a Europa por ultrapassar os limites de subsídios ao açúcar na exportação.
No próximo dia 20, será a vez do Brasil entrar com seu pedido de apelação. Os juízes da OMC terão entre 60 e 90 dias para dar um parecer final sobre o caso.
Os empresários do setor não acreditam que a OMC voltará atrás na decisão. A própria União Européia admite que o regime de açúcar praticado pelo bloco tem de ser revisto.
A OMC reconheceu que a UE importa 1,6 milhão de toneladas de açúcar de suas ex-colônias a preço de US$ 600 por tonelada e reexporta com subsídios a pouco mais de US$ 200.
Os juízes da OMC também consideraram ilegal o mecanismo de “subsídio cruzado”, pelo qual um benefício interno se transforma em apoio desleal à exportação. O Brasil alegou que todas exportações de açúcar branco da Europa, cerca de 5 milhões de toneladas anuais, são subsidiadas, causando prejuízo ao país de US$ 1 bilhão por ano.