O conselheiro de Agricultura de Castela e Leão, José Valín, informou nesta quarta-feira que a União Européia (UE) adiou até meados do próximo ano o debate sobre o setor do açúcar.
José Valín se reuniu nesta terça-feira em Valladolid com as organizações e cooperativas agrárias para explicar o conteúdo do Conselho de Ministros de Agricultura da UE que ontem debateu em Bruxelas a reforma do setor europeu do açúcar.
Valín afirmou que o Conselho de Ministros decidiu adiar o debate, mas não a discussão sobre a reforma para o setor da beterraba açucareira de Castela e Leão.
O conselheiro indicou que a nova comissária de Agricultura, Mariann Fischer, reconheceu que não se poderá aprovar a reforma até meados de 2005 e afirmou que os países estão divididos em três grupos: os que são contra a reforma; os que a apóiam, como França; e os que pedem que ela seja até mais radical, como o Reino Unido.
Além disso, destacou-se a necessidade de renegociar tratados em matéria de comércio e de assuntos exteriores, não de agricultura, para limitar as importações de açúcar de países como o Brasil, que derrubariam os preços da beterraba na UE.
Os próximos dois ou três meses serão cruciais, enquanto a nova Comissão Européia (CE, braço executivo da UE) prepara outra proposta de reforma, já que a atual procede do antigo governo do bloco.
Nesse tempo, segundo Valín, será essencial a pressão que o governo espanhol exercer porque embora não se mantenha a proposta do comissário de Agricultura anterior, Franz Fischler, podem ser mantidos aspectos da reforma negativos para Castela e Leão.
Valín acrescentou que a pressão do governo espanhol deve ter como objetivo conseguir que em uma nova proposta de reforma não se permita que na UE entre livremente açúcar de fora, mas que as importações sejam proporcionais aos países.’Esse é o grande desafio para tentar conseguir que a reforma seja menos negativa possível’, advertiu.
Outro dos desafios é manter unido o grupo de dez países, entre eles a Espanha, que se opõe à reforma e pode conseguir uma minoria de bloqueio na CE, segundo o conselheiro.