Mercado

Trem amplia participação no movimento de cargas

A participação das ferrovias na movimentação de cargas do Porto de Santos cresceu seis pontos percentuais no primeiro semestre deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados ontem pela Portofer, empresa responsável pelo transporte ferroviário no complexo portuário. O aumento de 2 milhões de toneladas no total transportado (de 6,8 milhões, em 2007, para 8,8 milhões, em 2008) denota que o modal rodoviário está perdendo mercadorias frente a seu principal concorrente.

Durante os primeiros seis meses do ano, os trens responderam por 23,59% dos carregamentos embarcados ou desembarcados nos terminais da região. Em 2007, o percentual foi de 17,52%.

A informação foi apresentada pela Portofer, controlada pela concessionária ferroviária América Latina Logística (ALL), justamente no momento em que a empresa registra um novo recorde de movimentação em um único mês. Em julho último, a operação chegou a 1.466.278,70 toneladas, um aumento de 25% frente ao mesmo mês de 2007. Em relação a junho, o crescimento ficou em 1,57%.

Neste mês, ao contrário do que vinha ocorrendo, o resultado pendeu mais para a Margem Direita (Santos), que respondeu por 52,48% das cargas ferroviárias do cais, do que para a Margem Esquerda (Guarujá), que concentrou 47,52%. No mês anterior, a relação foi praticamente inversa: 48% em Santos a 52% em Guarujá.

O agronegócio é o responsável pelos recordes, em especial devido aos carregamentos de açúcar e soja. E ainda resta margem para crescimento. O gerente da Unidade de Produção de Santos da Portofer, Felipe Figueiredo, utiliza as projeções de escoamento dos próximos meses para estimar novos resultados favoráveis para a ferrovia em curto prazo. “A safra de milho está atrasada. Esperamos que ela comece a chegar mais forte na segunda quinzena de agosto e em setembro. Essa movimentação, somada à de açúcar, vai gerar mais recordes”.

INVESTIMENTO

O crescimento na movimentação de mercadorias na área do Porto de Santos não seria possível, na visão de Figueiredo, sem o aporte de recursos realizado pela companhia. Foram R$ 9 milhões investidos especialmente na recuperação de trilhos, vagões e locomotivas. “Passamos a utilizar computadores de bordo e sistemas de tração por areia, que demandaram adaptações, mas permitiram melhoras no desempenho. Também treinamos nosso pessoal e, a partir disso, pudemos pensar melhor as operações”.

Outra estratégia utilizada pela empresa, segundo Figueiredo, foi a criação de um incentivo para os funcionários que obtiverem os melhores índices. O Rally de Manobras é uma competição entre os 50 maquinistase 50 manobradores que operam pela companhia em Santos. “Aquele que conseguir percorrer maior quilometragem com mais vagões ganha um prêmio trimestral em dinheiro. O campeão do ano ganhaum salário inteiro”.