A Transpetro deu início a um novo programa de expansão e modernização de sua frota de navios, prevendo embarcações que no futuro poderão substituir o combustível marítimo convencional por etanol e metanol. A licitação para as primeiras quatro unidades foi lançada na última sexta-feira (5), com a previsão de uma nova rodada de contratações para oito unidades adicionais, incluindo navios gaseiros, em dezembro ou janeiro.
O Plano de Negócios 2024-2028 da Petrobras inclui a construção de 16 navios pela Transpetro. A contratação das demais embarcações dependerá dos processos internos de governança da estatal, com previsões de novas contratações a cada seis meses.
Em coletiva de imprensa, Sérgio Bacci, presidente da Transpetro, disse que o custo de construção é mais vantajoso para a Petrobras atualmente em comparação ao afretamento desses navios.
As primeiras unidades em contratação são navios de cabotagem do tipo handy, com capacidade de 15 a 18 mil toneladas de porte bruto, sendo as menores embarcações do projeto. A assinatura do contrato está prevista para dezembro, com entrega estimada para junho de 2026.
Todas as quatro embarcações atenderão aos padrões de sustentabilidade da Organização Marítima Internacional (IMO) e deverão ser entregues até 2028. Os motores serão projetados para conversão futura, permitindo o uso de combustíveis sustentáveis.
A licitação é aberta a estaleiros nacionais e estrangeiros, sem exigências de conteúdo local mínimo. No entanto, há uma expectativa de contratação nacional, considerando a equalização de condições de propostas, com a inclusão de impostos de importação na comparação das ofertas.
Estaleiros brasileiros que vencerem a licitação poderão acessar recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM), com taxas de juros entre 2,3% e 3,3%, que melhoram conforme o nível de contratação nacional. “Acredito que os estaleiros nacionais vão responder a essa demanda, pois estão há muitos anos sem receber encomendas”, disse Bacci.
O programa de ampliação e renovação da frota, batizado de TP 25, marca a retomada da contratação própria de navios pela estatal. A previsão é que o programa seja ampliado para 25 navios no plano de negócios para o período de 2025 a 2029, a ser anunciado no final deste ano.
O custo total das 25 unidades está estimado entre US$ 2 e US$ 2,5 bilhões, incluindo a contratação de navios de cabotagem de médio porte e gaseiros.