A trading Crystalsev, que comercializa a produção de açúcar e álcool de nove usinas paulistas e suas associadas, negocia uma megafusão entre os oito grupos que compõem seu quadro de acionistas. Se concretizada, a união resultará na criação de uma companhia praticamente do mesmo porte do Grupo Cosan – a maior do país no segmento, com faturamento anual de R$ 2,5 bilhões. Os estudos sobre a viabilidade econômica do negócio já estão adiantados.
Nesta primeira fase do processo, a fusão envolve quatro das oito usinas sócias da Crystalsev: Companhia Energética Santa Elisa, de Sertãozinho, Companhia Vale do Rosário e MB, de Morro Agudo, e Jardest, de Jardinópolis. “A operação faz todo sentido, uma vez que essas usinas estão geograficamente próximas e também aumenta a sinergia entre as empresas”, diz João Carlos de Figueiredo Ferraz, presidente da Crystalsev.
De acordo com o empresário, a segunda etapa terá a adesão das outras quatro usinas: Mandu, Pioneiros, Moema e Paraíso. Figueiredo Ferraz lembra que cada uma delas tem autonomia para aceitar ou não a proposta de união.
Com a fusão, uma nova empresa será criada, sócia da Crystalsev, que manterá sua atuação como trading. Essa nova companhia abrirá seu capital e os atuais acionistas das usinas farão parte do conselho de administração da nova empresa. A fusão voltará a unir os irmãos Biagi. No ano passado, o empresário Maurílio Biagi Filho vendeu sua participação na Santa Elisa e assumiu a usina Moema, que poderá fazer parte da nova empresa.
Concretizada a aliança, a nova companhia já nasce internacionalizada, uma vez que a Crystalsev é sócia, junto com a Cargill, de uma refinaria de açúcar em construção na Síria e de uma usina, já em operação, para desidratação de álcool em El Salvador, para exportar etanol aos EUA.