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Teste da Anfavea aprova alta de etanol na gasolina, mas vê consumo maior

Teste da Anfavea aprova alta de etanol na gasolina, mas vê consumo maior

O Ministério de Minas e Energia divulgou que os testes da associação das montadoras (Anfavea) descartaram prejuízo na durabilidade de componentes de carros a gasolina com o aumento do percentual de etanol na mistura.

Desde o último dia 16 de março, a gasolina passou a conter 27% de álcool -antes eram 25%. A Anfavea concluiu ainda que, nos carros avaliados, o consumo de combustível aumentou até 2% em relação à gasolina com 25% de etanol.

Só carros a gasolina

Antes da mudanças, testes da Petrobras apontaram que a nova proporção não afetava o desempenho dos carros, mas a Anfavea ainda não tinha concluído a avaliação sobre durabilidade.

Trata-se de um teste de longa duração feito por sete montadoras, somente com modelos atualmente comercializados e que rodam exclusivamente com gasolina. Ou seja, basicamente carros importados, já que os nacionais costumam ter motor flex.

Três montadoras, Fiat Chrysler, General Motors/Chevrolet e Toyota, já tinham concluído os testes até a semana passada, quando a Anfavea apresentou os resultados. As demais (Ford, Hyundai Caoa, Honda e Volkswagen) devem terminar suas avaliações até a segunda quinzena de junho, diz o governo.

Foram avaliados os seguintes aspectos:
– dirigibilidade;
– partida a frio e a quente;
– temperatura do catalizador;
– emissões;
– consumo de combustível;
– durabilidade em campo;
– testes de bancada (com componentes que têm contato direto com o combustível).

Consumo até 2% maior

Segundo a Anfavea, o consumo de combustível nos carros avaliados aumentou de 1% a 2% em relação à gasolina com 25% de etanol.

“O aumento do consumo de combustível poderá aumentar o índice de reclamações de consumidores, incluindo os veículos flex”, ressaltou a associação, na apresentação divulgada pelo ministério.

Gasolina premium segue ‘blindada’

Na época em que foi anunciado o aumento do percentual do etanol na gasolina, a Anfavea pediu que o governo deixasse um tipo de gasolina sem alteração até que a avaliação sobre durabilidade fosse concluída.

Em um concenso entre as montadoras, a indústria da cana de açúcar e o governo, optou-se por “blindar” a gasolina premium, mais cara que as outras, por ser menos procurada (saiba mais no vídeo ao lado).

Procurado pelo G1, o ministério de Minas e Energia respondeu que ainda não foi decidido se, com a aprovação nos testes da Anfavea, haverá mudança também na gasolina premium.

Mais sobre o teste

“A Anfavea conclui, com base nos testes realizados, inclusive com veículos equipados com sistemas de injeção direta de combustível, tecnologia bastante sensível a variações na qualidade do combustível, que: nos ensaios realizados não foram encontradas evidências que impeçam o uso da gasolina com 27,5% de etanol, desde que o combustível comercializado possua as mesmas características daquele enviado pela Petrobras para estes ensaios”, diz o comunicado do ministério.

O percentual de 27,5% era o pretendido para a nova mistura de etanol na gasolina, mas decidiu-se pelos 27% porque os instrumentos de verificação de qualidade existentes nos postos de combustíveis têm limitações para medição fracionada.

Carros mais velhos

Para especialistas em mecânica ouvidos pelo G1, a mudança é muito pequena para causar efeitos nos carros a gasolina, especialmente os mais modernos, caso de muitos importados. Conforme nível aumenta, porém, pode haver consumo maior e falhas, especialmente em modelos mais antigos, sem injeção eletrônica.

A Anfavea afirmou que os carros mais antigos foram objeto do estudo realizado pelo CENPES/Petrobras, que também aprovaram a alteração na mistura.

As informações são do G1.