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Termina impasse sobre destino da soja transgênica em Paranaguá

O superintendente da APPA (Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina), Eduardo Requião, e os operadores portuários que atuam no terminal paranaense chegaram a um consenso sobre o destino das cerca de 70 mil toneladas de soja estocada no Porto. Toda soja foi avaliada pela Claspar, empresa estatal de classificação, como transgênica em 98% do volume amostrado.

Depois de três reuniões, realizadas na quinta e sexta-feira entre o dirigente portuário e os operadores, ficou definido que o produto armazenado, contaminado, será levado, a partir de agora, na sua totalidade, para o Silão (de propriedade da APPA) e que possui capacidade para armazenar 100 mil toneladas, lacrado pela Claspar, representando uma espécie de “varredura” nos terminais privados.

Somente com o fim desta operação é que se iniciará o recebimento das cargas dos caminhões com a soja convencional certificada. Toda a carga contaminada segregada no Silão será escoada por navios, nos dias 24 e 25 de novembro, em uma operação contínua, que contará com a integração de todos os terminais onde foi detectada a presença do produto contaminado.

Atualmente, o Pátio de Triagem conta com 300 caminhões carregados com soja não transgênica, que serão descarregados nos armazéns assim que forem considerados limpos e certificados pela Claspar sobre a inexistência de qualquer vestígio do produto geneticamente modificado. “Todas as nossas medidas buscaram ser baseadas no diálogo e no respeito à economia paranaense e aos nossos clientes”, disse Requião. Segundo ele, “esta decisão não é minha, mas sim resultado de um consenso baseado na determinação de elevar o porto paranaense de forma qualitativa, legal e com credibilidade internacional”. O superintendente da APPA frisou ainda que a medida do governador Roberto Requião, de proibir o plantio da soja transgênica, foi a forma mais coerente de se projetar o Paraná e, conseqüentemente, o Brasil, no cenário internacional, como um País soberano e independente.

Quanto à soja paraguaia, o superintendente da APPA lembrou que existe um decreto do Ministério da Agricultura do país vizinho, assinado em 2001, proibindo, assim como no Paraná, o plantio, o transporte e a comercialização do produto geneticamente modificado.