Apesar de o Grupo Tereos ter anunciado este ano uma nova expansão na produção de amidos, após dois anos de investimentos nessa área, o diretor da divisão de Cana-de-Açúcar do grupo, Jacyr Costa Filho, rechaça a ideia de que o crescimento da empresa ficará restrito a esse segmento ou que o ciclo de expansão em cana tenha terminado. Segundo ele, que presidiu até meados de 2013 a Guarani, o braço sucroalcooleiro do grupo, o que existe é um programa de diversificação das atividades e geográfica.
Nos últimos dois anos, a Tereos Internacional, controlada do Grupo Tereos, anunciou quatro negócios na área de amidos no mundo – Brasil, China e Indonésia. “Estamos participando do mercado de açúcares vindos do milho e do trigo também. Além disso, muitos dos parceiros internacionais em amidos são também refinadores de açúcar, o que significa parcerias altamente estratégicas também para o açúcar da cana”, avalia Costa Filho.
Em cana, a última aquisição da Guarani foi em maio de 2010 – a usina Mandu. Mas o executivo argumenta que um plano de investimentos de R$ 767 milhões nesse segmento começou em 2011 para expandir a capacidade existente – tanto de moagem de cana como de cogeração de energia a partir do bagaço dessa matéria-prima.
Assim, o último balanço divulgado pela empresa ainda mostrou crescimento dos aportes nessa área. Nos nove meses encerrados em 30 de setembro, a Tereos investiu R$ 411 milhões no negócio de cana-de-açúcar, 3,52% acima do aplicado em igual intervalo do ciclo anterior. “Ainda estamos concluindo esse plano. Em 2015/16, nossa capacidade de moagem de cana será de 23 milhões de toneladas, ante as 21 milhões a 22 milhões de toneladas da capacidade atual”, informa Costa Filho. Ele acrescenta ainda que, desde 2010, a produção de eletricidade da empresa quadruplicou.
Em amidos, os principais passos foram dados nos últimos dois anos. Em julho de 2012, a Tereos anunciou a criação de uma joint venture com a multinacional de Cingapura Wilmar na construção de uma unidade de amidos na China. Em abril de 2013, ampliou a parceria no mercado chinês com a Wilmar, ao comprar conjuntamente uma fábrica de amidos à base de milho. Em janeiro deste ano, a Tereos anunciou uma parceria com a FKS, um dos principais grupos agroindustriais da Indonésia, com o qual comprou 50% da Redwood, única produtora de amidos do país asiático. No Brasil, a Tereos comprou em 2011 70% da Halotek-Fadel e investiu “100 milhões para ampliar as linhas de produção.
Fabiana Batista
Fonte: Valor Econômico