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Tendência das usinas é aumentar álcool

O presidente da Associação dos Produtores de Açúcar, Aguardente e Álcool da Região de Catanduva (Apac), Antônio Celidônio Ruette, afirma que a tendência do setor sucroalcooleiro é priorizar a produção de álcool em relação ao açúcar. De acordo com Ruette, o crescimento do consumo de açúcar mundial é de 2% a 2,5% ao ano, acompanhando o crescimento vegetativo da população enquanto as perspectivas para o setor de álcool como alternativa de combustível são favoráveis. “O carro a álcool e, principalmente, os carros chamados bicombustíveis caíram no gosto popular”, afirma. Ruette lembra que este ano já foram comercializados mais de 50 mil veículos movidos a etanol. Dados da Anfavea indicam que a comercialização de veículos movidos a álcool até outubro de 2003 foi 33,71% superior à venda desse tipo no mesmo período de 2002.

O Brasil produzirá cerca de 14,17 bilhões de litros de álcool, chegando ao mês de abril com um estoque de passagem de um bilhão de litros. A moagem de cana-de-açúcar na região de Catanduva apresentou crescimento de 7,87% em relação ao ano passado com um total de 22,7 milhões de toneladas de cana. As 12 usinas associadas à entidade produziram 903,8 milhões de litros de etanol e 36,6 milhões de sacas de 50 quilos de açúcar. O levantamento na produção de açúcar registrou aumento de 9,79% e 13,29% na produção de álcool, apesar da antecipação do início da colheita e moagem para o dia 15 de abril. A região de Catanduva responde por 6,6% da cana esmagada em todo o Brasil e também pela produção de 7,5% do açúcar e 6,5% do volume de álcool. Com esses números o setor movimentou 1,96 bilhão, sendo R$ 570 milhões resultado da exportação de cana para o Egito, países da Ásia, do Oriente Médio, do Leste Europeu (Rússia) e Europa. Além da produção de açúcar e de álcool, Ruette afirma que três usinas da região estão participando de programa de co-geração de energia elétrica com um fornecimento de 60 megawatts.

Segundo ele, dificuldades para adequar às exigências de proteção ambiental e a falta da definição pelo Ministério de Minas e Energia são os principais fatores que estão impedindo outras unidades da região a participar da co-geração. As usinas e destilarias da Apac contrataram 23 mil pessoas diretamente este ano. “Em empregos indiretos de 57 mil pessoas”, afirma Ruette.