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Tecnologia reduz custos de tratos culturais: aplicação de herbicidas com baixo volume de calda

Ano de queda de preços. Qual a melhor estratégia a seguir? Diante de todas as opções já debatidas, sem dúvida alguma, o setor deve buscar maior eficiência, com redução de custos de produção, para compensar a perda da lucratividade causada pelos baixos preços.

Vamos falar um pouco da aplicação de herbicidas, que envolve cifras consideráveis no sistema de produção da cana-de-açúcar.

Estudos mostram que a mato competição pode acarretar quebra de cerca de no mínimo 25% da produtividade agrícola na cultura da cana-de-açúcar. Então concordamos em um ponto: se o ano é de crise para o setor, como se diz, não podemos descuidar do controle do mato no canavial.

Vários sistemas são utilizados na catação de invasoras: costais manuais, de pressurização prévia, aplicação semi-mecanizada, além dos sistemas de baixo e ultra baixo volumes de calda.

Os pulverizadores de baixo volume surgiram inicialmente com equipamentos que aplicavam apenas glifosato, com baixo volume (BV) de calda (20 a 30 l/ha) ou mesmo puro.

A partir de 2003, evoluíram. Surgiram os modelos nacionais que podem aplicar todos os herbicidas utilizados em cana-de-açúcar com BV.

A redução no volume de calda nas aplicações através da utilização destes pulverizadores tem impacto imediato na estrutura de abastecimento: caminhões com capacidade para 12.000 litros ou tratores com tanques de 5.000 litros são substituídos por tanques de 1.200 litros.

O operador trabalha com menor peso e pára menos para abastecer o costal. Os equipamentos são acionados por baterias, e não necessitam de bombeamento para que a solução seja aplicada. Resultado:

 Aumento de 30 a 100% na capacidade instalada.

 Controle mais

eficiente de invasoras, e sem risco de deriva.

No Grupo Carlos Lyra Unidade Sudeste, o principal motivo para adoção da tecnologia foi o bem estar do operador. “Com isso observamos um ganho de rendimento, juntamente com a vantagem da redução da estrutura de apoio”, diz Hermes Ferreira, Coordenador Agrícola.

A Usina Santa Elisa, de Sertãozinho, SP, foi uma das pioneiras no uso de pulverizadores de baixo volume. “O objetivo era racionalizar o sistema de catação”, diz Valmir Barbosa, gerente de Engenharia da Usina. “Verificou-se a eficácia da aplicação e uma redução de custos que viabilizou econômica e financeiramente o sistema”, completa. Hoje a Usina Santa Elisa tem três equipes operando com pulverizadores costais de baixo volume.

Renato Ferreira da Rosa, Gerente Técnico da Nova Aliança, de São Joaquim da Barra, SP, compartilha a mesma opinião: “em função da eficácia e da redução de custos verificamos uma viabilidade técnica e econômica com a adoção do sistema”.

Segundo Armando Tokuiti Kanazawa, Gerente Agrícola da Arakaki, de Fernandópolis, SP, “com treinamento adequado, a tecnologia possibilita eliminar ervas de difícil controle, viabilizando a aplicação de misturas, sem fitotoxicidade para a cana-de-açúcar”. Armando destaca também os aspectos de redução de custos em função do ganho de rendimento pela logística de abastecimento.

As conseqüências finais para o usuário são o retorno rápido do capital investido e o aumento da produtividade média da propriedade, sem reforma, em curto espaço de tempo. As empresas que já utilizam o sistema em 100% da área tem obtido ganhos de 2,5 a 3,5% na produtividade média.

Outra novidade boa: o uso da tecnologia de baixo volume com sistema controlado de gotas, já conhecido nos pulverizadores costais, está sendo utilizada em pulverizadores mecanizados, em aplicações de área total e em pingentes, ampliando a redução de custos obtida nas aplicações costais para as operações mecanizadas.

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