Na próxima semana, uma delegação da filial da Magnetti Marelli da China, visitará a fábrica da empresa em Hortolândia, no interior de São Paulo, para conhecer de perto o desenvolvimento da tecnologia do motor que aceita álcool e gasolina.
Desde o lançamento do bicombustível, essa criação brasileira vem atraindo a atenção de outros países, principalmente depois que os preços do petróleo dispararam e que o mundo começou a discutir formas de reduzir a emissão de poluentes.
A China é o país mais interessado. O vice-presidente da unidade de sistemas à gasolina da Bosch, Besaliel Botelho, conta que os responsáveis pelo projeto brasileiro na companhia já estiveram na China e também receberam visitantes daquele país na fábrica instalada em Campinas (SP).
Os chineses já convivem com a mistura de 10% de álcool na gasolina. Na Europa e no Japão a média da quantidade de álcool adicionada na gasolina está em torno de 5%.
As filiais brasileiras dessas multinacionais – a italiana Magneti Marelli, a alemã Bosch e a americana Delphi – se transformaram em centros de competência para o desenvolvimento mundial de motores que aceitam mistura de combustíveis.
No mês passado, a Bosch levou uma Zafira, minivan da General Motors, com motor bicombustível para a Alemanha para que o Partido Verde daquele país pudesse fazer experiências com a tecnologia limpa.
O Brasil utiliza a cana-de-açúcar para fazer o álcool combustível. Os especialistas garantem que essa origem garante maior eficiência do que o álcool da Europa, que é extraído da beterraba e mesmo o dos Estados Unidos, que utiliza o milho.
Os representantes do setor garantem que está enganado o consumidor que reclama do alto consumo do veículo bicombustível, reclamação que se espalhou na imprensa e rede de concessionários.
“A sensação de que o carro consome mais vem da necessidade de ir mais vezes ao posto”, justifica Botelho, ao lembrar que a maioria dos brasileiros estava, até agora, habituada ao uso da gasolina.
Segundo ele, a tecnologia também evoluiu desde o lançamento há dois anos e meio. “Além do sistema em si, houve uma evolução de todos os componentes que entram em contato com o combustível, como bombas e filtros”, destaca o executivo.