O sistema bicombustível, que permite o abastecimento com álcool ou gasolina, presente em cerca de 85% dos automóveis novos vendidos no País, será instalado também em motocicletas. A tecnologia flex para motos deve ser lançada comercialmente no início de 2009. Pelo menos uma montadora já negocia a instalação do sistema.
A Delphi, uma das empresas que já tem a tecnologia disponível, testou o sistema em motos de quatro fabricantes nacionais, entre as quais Honda, Yamaha e Sundown. Segundo o presidente da empresa, Gábor Deák, o sistema foi totalmente desenvolvido nos laboratórios do grupo em Piracicaba (SP).
O sistema será apresentado pela Delphi terça-feira, durante a Feira Internacional de Autopeças (Automec), em São Paulo. A empresa também apresentará estudos sobre economia com abastecimento de álcool e redução de poluentes.
“Foram necessários ajustes no motor e troca de peças para que a moto funcione com gasolina e álcool”, diz Deák. O uso de injeção eletrônica, equipamento que está sendo instalado em motos para reduzir a emissão de poluentes, facilitou o desenvolvimento do sistema flex.
De acordo com a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), uma moto nova de 150 cc polui em média 10 vezes mais que um carro a gasolina. A emissão de poluentes vai diminuir com a obrigatoriedade dos fabricantes de instalarem equipamentos, como a injeção eletrônica, a partir de janeiro de 2009. Fabricantes já estão antecipando a instalação.
Uma tentativa de reduzir gastos e emissões pelas motos foi feita há dois anos, quando um grupo brasileiro importou da Itália kits de conversão para o gás, mas o sistema não foi aprovado pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). A conversão é proibida.
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Em março, a Motor-Z, de São Bernardo do Campo (SP) iniciou a montagem de scooters elétricas que podem ser carregadas em tomadas de 110 ou 220 volts. Em um mês, foram vendidas 100 unidades com preços a partir de R$ 3.600. As peças são importadas da China.
As vendas de motos crescem em média 20% ao ano. Em 2007, devem atingir 1,45 milhão de unidades, prevê a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas (Abraciclo).
MERCADO
A Delphi detém 26% do mercado de carros flex no País. Em março, foram vendidos 152 mil carros bicombustível, o equivalente a 83% de todas as vendas no período. A frota total de modelos que podem rodar com álcool, gasolina ou a mistura de ambos soma 3 milhões de veículos.
Até o fim do ano, a Delphi colocará no mercado um kit para ônibus e caminhões que permitirá o abastecimento com diesel ou gás. Além de menos poluente, o gás permitirá economia de 35% em relação ao diesel.
