O MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário) está financiando um projeto da UnB (Universidade de Brasília) que pretende desenvolver tecnologia para a obtenção de biodiesel para a agricultura familiar.
Essa iniciativa quer possibilitar que os agricultores familiares sejam auto-suficientes em energia com a criação de uma pequena usina de biodiesel em sua propriedade. Para viabilizar a idéia, o MDA vai investir R$ 250 mil no projeto e o MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia), outros R$ 200 mil.
O projeto, desenvolvido pelo pesquisador da UnB Paulo Suarez, foi o vencedor da categoria Jovem Pesquisador -para cientistas até 35 anos- da primeira edição do Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia.
Suarez concorreu ao prêmio com a pesquisa Contribuições do Laboratório de Materiais e Combustíveis da UnB no desenvolvimento de processos para obtenção de combustíveis alternativos a partir de óleos vegetais, iniciada em 2001.
Além do pesquisador, participam dos estudos o professor Joel Rubim e 25 alunos de graduação e pós-graduação.
A nova tecnologia tem como objetivo gerar um combustível próximo ao diesel do petróleo, a partir do craqueamento (quebra) de óleos vegetais. “É uma tecnologia alternativa à convencional, que é usada para fazer o biodiesel, porque ela não necessita usar como insumo o álcool e nem catalisador”, afirmou o pesquisador Paulo Suarez.
Segundo ele, a UnB está criando uma planta para o desenvolvimento do projeto. A perspectiva é que essa base de testes seja inaugurada no final de junho. Após análise dos resultados, o próximo passo será implantar o projeto em um assentamento do Distrito Federal. Esta iniciativa contará com o financiamento da Fundação Banco do Brasil.
“A partir daí, a idéia é conseguir recursos para implementação do projeto em outros locais”, contou. O MDA e seus parceiros esperam que a partir de novembro, já de posse dos dados técnicos do processo e dos custos de implantação e de produção, as pequenas unidades de craqueamento possam ser produzidas comercialmente para aquisição pelos agricultores familiares e por comunidades remotas.
Na visão do Ministério do Desenvolvimento grário, essa tecnologia pode gerar energia elétrica em comunidades desassistidas, bem como fornecer o biodiesel para uso próprio e para que sejam iniciadas atividades produtivas, geradoras de renda.
O pesquisador Paulo Suarez explicou ainda que esse projeto visa a produção de biodiesel em pequena escala, algo em torno de 500 litros por dia.
“Esperamos que essa produção seja suficiente para tornar auto-suficiente as comunidades isoladas e os agricultores familiares. Com isso, se poderá fomentar o desenvolvimento sustentável das comunidades”, afirmou o pesquisador e professor da Universidade de Brasília.
Inpa identifica 21 produtos
Vinte e um produtos e processos desenvolvidos pelos pesquisadores do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) nos seus 50 anos de existência têm potencial uso comercial.
Por esse motivo a DPIN (Divisão de Propriedade Intelectual e Negócios) do órgão, criada há pouco mais de dois anos, encaminhou esses projetos para dois escritórios de patenteamento, localizados em Manaus e no Rio de Janeiro.
Entre os outros produtos estão o biocompósito desenvolvido por pesquisadores do Inpa; a utilização da madeira da pupunheira na arte de fabricar instrumentos de cordas; o processo de produção do couro de peixe, apesar de o produto não ser novidade, pode-se patentear o processo.
Além desses, tem o pecíolo do buriti, que fica dentro do caule, para utilização na construção naval, indústrias de artefatos, assim como na construção civil.
“Para patentear algo é preciso que ele possua os atributos de novidade, atividade inventiva ou possibilidade de produção em larga escala”, disse a chefe da DPIN, Noélia Falcão.