Cinco técnicos agrícolas da República do Congo, África, participaram na semana passada em Alagoas, do 1° Curso Internacional em Sistema de Produção de Cana-de-açúcar. Durante a semana participaram de visitas de campo à usinas da região para conhecer todos os processos agrícolas e de produção industrial de açúcar, etanol e energia térmica a partir do bagaço da cana. Sempre muito atentos e curiosos, os técnicos congoleses observavam cada detalhe do maquinário, dos processos e da matéria-prima. Com a ajuda do tradutor, faziam perguntas aos técnicos das usinas Coruripe, Seresta, Santo Antônio e da cooperativa Pindorama.
Promovido pela Unidade de Execução de Pesquisas (UEP) da Embrapa Tabuleiros Costeiros, que fica em Rio Largo, na região metropolitana de Maceió, AL, o curso está no âmbito do acordo de Cooperação Econômica, Científica, Técnica e Cultural, celebrado entre os governos Brasileiro e do país africano, através da Agência Brasileira de Cooperação (ABC). A capacitação integra as ações do Acordo Básico de Cooperação Técnica e Científica para a implementação do projeto “Formação de Recursos Humanos e Transferência de Tecnologia para Apoio ao Programa Nacional Congolês de Modernização do Setor sucroalcooleiro”.
Na sede da Federação da Agricultura e Pecuária de Alagoas (FAEAL), em Maceió, eles assistiram atentos a mais de 60 horas de aulas e palestras com pesquisadores da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, além do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e Universidade Estadual Paulista (Unesp).
As aulas teóricas trataram de todos os aspectos ligados ao sistema de produção da cana-de-açúcar, desde a parte agrícola e biológica, como morfologia e fisiologia da planta, estudos do solo, adubação, irrigação, tratos culturais, melhoramento genético, doenças e pragas e pós-colheita, até os processos industriais, como análise de matéria-prima e automação dos processos.
Para o pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Marcelo Aguiar, que já esteve no Congo por conta do acordo de cooperação e foi um dos coordenadores do curso em Alagoas, a participação dos técnicos congoleses superou as expectativas. “O nível de concentração e curiosidade deles demonstra o quanto estão dispostos e interessados em aprender. Nós lhe fornecemos blocos de notas com 100 folhas no primeiro dia, mas na metade da semana já tivemos de obter mais papel, pois eles já tinham usado todo em anotações”, observou Aguiar.