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Tailandês troca canaviais por seringueiras

Prejudicados pela pior seca dos últimos 40 anos, os produtores de açúcar da Tailândia estão migrando para o cultivo de seringueiras e de palmeiras para a produção de azeite de dendê.

A seca eliminou 10% da área utilizada para o cultivo da cana-de-açúcar nos últimos dois anos na Tailândia e os agricultores aumentaram o plantio de palmeiras para a produção de azeite de dendê, que oferecem preços mais altos e melhores retornos. Os canaviais foram erradicados para abrir espaço para a mudas de seringueira oferecidas pelo governo tailandês, disse Anchalee Uraikul, secretário-geral do Departamento de Economia Agrícola de Bancoc.

Embora os preços do açúcar tenham mais do que dobrado nos últimos 12 meses, parte dos 100 mil produtores de cana da Tailândia está deixando o setor devido ao fato de o governo local restringir a alta dos preços do açúcar. A diminuição das exportações de açúcar da Tailândia, a terceira maior fornecedora mundial da commodity, pode beneficiar concorrentes maiores no setor, como o Brasil e a Austrália, além de ajudar a sustentar os preços mundiais, que há dois meses alcançaram sua maior alta dos últimos 25 anos.

A redução da oferta de açúcar por parte da Tailândia e o desvio de parte da produção de cana do Brasil para a fabricação de etanol “manterão os preços do açúcar altos”, disse Sittidath Prasertrungruang, analista da Seamico Securities Plc em Bancoc.

Os produtores de cana da Tailândia colheram o recorde de 73 milhões de toneladas do produto no ano-safra 2002/03. As exportações do país asiático só ficaram atrás do Brasil. A produção tailandesa caiu desde então devido à seca e à migração para o cultivo de outros produtos agrícolas, o que reduziu a quantidade de açúcar disponível para os compradores da Indonésia, da Rússia e do Japão, que são os maiores clientes da Tailândia.