Mercado

Superávit global de açúcar pressiona preços da commodity

A expectativa de superávit global de açúcar para este ano, com a maior produção de cana-de-açúcar no Brasil e na Índia, continua pressionando os preços futuros da commodity no mercado internacional. Desde o início de 2007, as cotações do açúcar seguem influenciadas por movimentos de fundos e especuladores nas bolsas.

Analistas de mercado e consultores internacionais acreditam que este movimento baixista deve continuar no curto e médio prazo, uma vez que os sinais não indicam nenhum problema climático para as principais regiões produtoras de açúcar. As cotações oscilaram nos últimos dias entre 10,5 e 11 centavos de dólar por libra-peso na bolsa de Nova York.

Apesar da forte pressão sobre os preços internacionais, a demanda global por açúcar e álcool continua firme. Esse fator inibe quedas maiores de preços da commodity no mercado internacional.

Em recente conferência sobre o comércio de açúcar em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o presidente da divisão de açúcar da Cargill, Jonathan Drake, afirmou que a demanda pelo produto está “notavelmente saudável”, sustentada pela crescente indústria produtora de etanol do Brasil e pelo aumento do consumo mundial da commodity.

Maior produtor e exportador mundial de açúcar, o Brasil utiliza metade de sua cana para a produção de álcool e esta fatia deverá subir para 60% nos próximos cinco anos, impulsionada pelo maior potencial de lucros gerados pelo combustível e pelo aumento das vendas de carros flex, acredita Drake. A receita gerada pelo etanol é maior do que a arrecadada pelo açúcar e pode dobrar dentro de cinco anos, segundo ele. Mais de 70% de todos os carros novos comercializados no Brasil são do tipo flex.