A Suécia decidiu pressionar a União Européia para eliminar a tarifa de importação sobre o etanol brasileiro, indicou ao Valor o ministro de Comércio Sten Tolgfors. Para o governo sueco, subiu a pressão sobre os políticos para que se cumpra o objetivo europeu de reduzir as emissões de gases-estufa em 20% até 2020, em relação aos níveis de 1990.
Para isso, a Suécia, com apoio de Holanda, Dinamarca e talvez do Reino Unido, considera que a importação do etanol brasileiro ajuda o ambiente e os consumidores.
Mas a UE classifica o produto como agrícola, e o imposto de importação é alto, de 0,19 euros por litro. Isso excede a tarifa média agrícola européia de 17%, deixando o etanol brasileiro em desvantagem “mesmo se é superior de uma perspectiva de energia, pois gera menos emissão gases na produção”.
Segundo os suecos, sem a alta tarifa de importação, o etanol custaria na UE 40% menos que o etanol de grãos produzido na Suécia.
O ministro diz que a tarifa sobre etanol importado não se justifica mais para estimular a indústria de etanol européia, pois ela estaria perto de se tornar competitiva.
“A abolição da tarifa de etanol vai ajudar o ambiente e os países em desenvolvimento”, diz o ministro. “A ambição do governo é promover suprimento de energia sustentável, barata e pouco impacto sobre a saúde, ambiente e clima”.
Os suecos deixam claro que estão defendendo basicamente o etanol brasileiro, porque o Brasil é o único país capaz de atender a demanda crescente européia.
Estudo da Swedish National Board of Trade nota que não é só a Europa que não pode competir com o etanol brasileiro. Exemplifica que o custo da produção na Índia, o segundo maior produtor mundial de cana-de-açúcar, é o dobro do que no Brasil.
Também a OCDE diz que o etanol brasileiro é competitivo com o petróleo se este custar 22 euros o barril. O etanol de milho dos EUA é competitivo com o barril de petróleo a 34 euros. Já o etanol europeu precisaria que o petróleo custasse 76 euros para ser uma alternativa competitiva.