Sucata vira fonte de renda na entressafra

A fábrica vai para o chão. Durante a entressafra, o desmonte e a manutenção exigem a substituição de peças, tubulações, chapas . A operação minuciosa, que tem a finalidade de colocar a indústria nos eixos, implica no descarte de retalhos, sobra de materiais e até mesmo de alguns equipamentos e engrenagens. Apesar de não ter mais utilidade na produção de açúcar e álcool, essa sucata industrial é aproveitada de outra forma. É transformada em dinheiro. Em tempo de otimização, desperdício tornou-se palavra proibida. Jogar fora esse material e doá-lo para alguma empresa são ações que não fazem parte da rotina de usinas e destilarias. “Algumas delas vendem a sucata por meio de leilões”, afirma Paulo Roberto Santana Júnior, diretor da Bugue Metais, de Piracicaba, SP.

Com dezessete anos de atuação no mercado de compra e venda de aço inox e metais não ferrosos como alumínio, bronze, cobre, latão, essa empresa tem uma carteira fixa de clientes, além dos eventuais, no setor sucroalcooleiro, que absorve a agenda de Santana Júnior durante o período de entressafra. “Fazemos a avaliação na própria unidade, compramos por quilo e pagamos a vista. O carregamento e o transporte são por nossa conta”, afirma o diretor da Bugue. As unidades de açúcar e álcool têm a possíbilidade de comercializar barramentos, tubulações, chaparia e retalhos em geral. A lista pode incluir ainda, flanges, conexões, redutores,.registros, válvulas e mancais. “Compramos até engrenagens quebradas de moendas”, informa.