A Tate & Lyle, maior refinaria de açúcar da Europa, a Nestlé, maior fabricante mundial de alimentos, e a Rainha Elizabeth II, são as empresas do Reino Unido que mais se beneficiaram dos subsídios da União Européia destinados a alimentos e produtos agrícolas. Os benefícios somaram £ 2,39 bilhões (US$ 4,5 bilhões).
A Tate & Lyle, com sede em Londres, que obteve £ 154 milhões de lucro líquido no exercício fiscal de 2004, foi a maior beneficiária da lista com £ 127 milhões em subsídios no ano encerrado em 15 de outubro de 2004, segundo dados divulgados pela Agência de Pagamentos Rurais, do governo do Reino Unido. A unidade da Nestlé, na região, recebeu £ 11,6 milhões, o décimo maior favorecido pelos subsídios.
O governo trabalhista, do primeiro-ministro Tony Blair, publicou quanto 104.637 agricultores, companhias e governos municipais receberam da UE em subsídios para a agricultura depois que jornalistas apresentaram uma solicitação amparados nas leis sobre liberdade de informação. Alguns dos mais ricos proprietários de terra da Grã-Bretanha, como a rainha e o príncipe Charles, fazem parte dessa lista. Na outra ponta da escala, quase 18 mil propriedades agrícolas obtêm menos de £ 1000 em subsídios.
“Durante muito tempo, as pessoas foram induzidas a acreditar que os subsídios eram para proteger pequenas propriedades e a agricultura familiar”, diz Jack Thurston, assistente de pesquisa do Centro de Política Externa. “Os dados mostram que parte considerável do pagamentos para a política agrícola comum vai para os maiores produtores e ricos proprietários de terras”.