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Subsídio não salva safra nordestina 2013/14

A notícia de que o Governo Federal concedeu o subsídio de R$ 12 por tonelada aos produtores nordestinos afetados pela seca amenizou apenas em parte o problema vivido na região. Isso porque no último ciclo, apenas em Pernambuco, a falta de chuva provocou a redução de cerca de 23% da cana disponível, gerando queda no faturamento de até 29% em relação ao safra anterior.

O ano mudou, mas o clima não. A estiagem vivida neste início de ano comprometeu seriamente a safra 2013/14, mantendo os representantes em alerta. “Com certeza teremos redução neste ciclo. O impacto foi na mortalidade das socorrias. Assim, além da perda produtiva, também antecipou a necessidade do replantio de muitas áreas. A renovação dos canaviais acontece normalmente de seis em seis safras, período médio da vida da planta. Os estados mais afetados foram Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Norte”, aponta Alexandre Andrade Lima, presidente da Unida — União Nordestina dos Produtores de Cana.

Já Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar — Sindicato das Indústrias do Açúcar de Pernambuco, diz que são necessários investimentos que amenizem os problemas da estiagem, já que as intempéries climáticas são inevitáveis. “A seca é o desequilíbrio climático imponderável que requer árduos mecanismos de prevenção e convivência. O problema prejudicou os rendimentos nos canaviais e consequentemente, retraiu futuros investimentos. Portanto, certamente, pelos próximos dois anos, teremos quebra na produção”, explicou.

Lima, que também está à frente da AFCP — Associação dos Produtores de Cana de Pernambuco, diz que o subsídio é válido, mas não resolve todos os problemas da região. Como exemplo, ele cita, em números, os prejuízos. “Posso adiantar que haverá redução em cima de redução, ou seja, a quebra desta safra será com base na redução do ciclo 2012/13, quando só produzimos 13 milhões de toneladas”, afirma.

Como alento, o representante cita a única chance de melhora na produtividade ainda nesta safra. “Torcemos para que chova bem até outubro, o que poderia amenizar a situação. Mas, climatologicamente, isto seria anormal, visto que a estação chuvosa na Zona da Mata nordestina vai de abril a julho”, finaliza.