O complexo industrial e portuário de Suape, no litoral sul de Pernambuco, teve um incremento de 12% na movimentação de cargas no acumulado de janeiro a abril de 2007, comparado com o mesmo período de 2006. O volume movimentado passou de 1,8 milhão de toneladas para 2 milhões. O resultado foi puxado pelo comércio exterior, como mostram os números da navegação de longo curso, com um salto de 35%, e que se deveu principalmente às importações (54%). A movimentação de cargas de longo curso passou de 610,7 mil toneladas para 826 mil toneladas, impactada principalmente pela carga importada, que passou de 333,5 mil toneladas para 514,2 mil toneladas.
Entre as importações, destacaram-se a carga geral (306,7 mil toneladas), os granéis líquidos (161 mil toneladas) e os granéis sólidos (46,2 mil toneladas). Na carga geral, o volume mais expressivo foi o da conteneirizada (304,7 mil toneladas). Nos granéis líquidos tiveram maior movimentação o gás liquefeito de petróleo (94 mil toneladas), diesel (23,7 mil toneladas) e MEG (21,7 toneladas). Nos granéis sólidos, o melhor desempenho foi o da escória (35 mil toneladas).
As exportações cresceram 13%, de 277 mil toneladas para 311 mil toneladas. Nos embarques para fora do País, os destaques foram a carga geral (175,5 mil toneladas) e os granéis líquidos (72,5 mil toneladas.). Na carga geral, o resultado se deveu especialmente à carga conteneirizada (134 mil toneladas) e ao açúcar (41,7 mil toneladas). Nos granéis líquidos os números refletiram as remessas de álcool, no total de 72,4 mil toneladas.
Na análise por tipo de carga, os melhores resultados vieram dos contêineres – que computaram variação positiva de 24%, passando de 60 mil Teus (unidade padrão de contêiner de 20 pés) para 74,7 mil Teus – e da carga geral solta, com salto de 130% (de 19 mil toneladas para 43,7 mil toneladas).
Os granéis líquidos tiveram uma oscilação mais tímida que a carga conteneirizada e a geral solta, crescendo 5%, de 1,2 milhão toneladas para 1,7 milhão de toneladas, enquanto os granéis sólidos decresceram -3% (de 113,7 mil toneladas para 110,1 mil toneladas). Por sua vez, o número de embarcações atracadas no período cresceu 13%, de 278 para 315 navios.
A carga total de abril passado em Suape apresentou incremento de 7%, de 456,1 toneladas para 489,9 mil toneladas e refletiu o desempenho das exportações. A carga exportada teve um salto de 343% no mês, passando de 28,1 mil toneladas para 124,5 mil toneladas, e foi impactada especialmente pelas remessas de granéis sólidos (63,9 mil toneladas).
Na análise por tipo de navegação, o destaque foi o longo curso, que variou 88%, de 114 mil toneladas para 214 mil toneladas. Os números foram puxados pelas exportações. As importações, no período, cresceram 4%, enquanto a cabotagem caiu 19%.
De acordo com as autoridades portuárias, as fortes chuvas que atingiram o litoral pernambucano nos cinco últimos dias do mês fizeram com que as movimentações do antigo Porto do Recife apresentassem um resultado inferior ao esperado. Foram operadas 147 mil toneladas, equivalentes a 15,59% a menos que o mesmo mês de 2006, quando foram movimentadas 174,5 mil toneladas. No acumulado dos quatro primeiros meses foram movimentadas 879,3 toneladas, 8,4% a mais que em 2006, quando foram operadas 811 mil toneladas.
“Três navios que estavam sendo carregados com açúcar tiveram que paralisar suas atividades por conta das chuvas. Com isso, cerca de 30 mil toneladas deixaram de ser embarcadas n período. Mas o porto segue sua tendência de crescimento nas operações. Somado a isso, há o fato de que a redução nos custos já chega a 23%, o que deixa o porto cada vez mais equilibrado”, comenta o presidente do Porto do Recife, Alexandre Catão.
O açúcar continua sendo o produto mais movimentado no porto. Em abril, o volume de açúcar em granel chegou a 22 mil toneladas e o açúcar em sacos atingiu 15 mil toneladas. A previsão é que o restante do produto da última safra, que ainda está armazenado no porto, seja embarcado nos próximos dois meses. A entressafra deve durar até os meses de setembro ou outubro.
“Até lá, a tendência de crescimento deve se manter graças às movimentações de coque e clínquer e de fertilizante. Só a Itapeçoca, do Grupo João Santos, deve embarcar cerca de 400 mil toneladas de clínquer e coque até o final do ano”, revela Catão. Nas modalidades de movimentação, a que apresentou o maior crescimento foi a da exportação. O Porto do Recife enviou ao exterior 72% a mais que no mesmo mês de 2006, passando de 32 mil toneladas para 55 mil toneladas. A navegação de longo curso alcançou um aumento de 68,2%, subindo de 66 mil toneladas para 112 mil toneladas.
kicker: O açúcar continua sendo o produto mais movimentado no Porto de Recife. Em abril, o volume a granel chegou a 22 mil toneladas