Osecretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Marco Antonio Martins, defendeu durante um evento no Rio essa semana, que alguma desoneração pode ser boa para o setor, mas não acredita que vá gerar grande impacto. “O tributo que o etanol tem é muito pequeno em relação ao da gasolina. O benefício total que se consegue com uma eventual desoneração tributária do PIS e da Cofins é pequeno.Para o setor, é mais importante a subida da gasolina do que a desoneração do etanol, porque o nível de desoneração é tão pequeno, em termos de impacto, que não agrega tanto.”
Além de defender esse ponto de vista, diz que é preciso aumentar a produtividade das lavouras de cana a fim de promover a redução no preço do etanol. “O etanol tem que ser competitivo com a expectativa de preço de longo prazo do petróleo. O custo de produção precisa baixar, a produtividade precisa crescer.O importante é que tenha etanol para o consumidor. A desoneração é um dos pontos que estão sendo estudados. Não temos posição ainda, mas foi um pleito apresentado pela indústria e o governo está analisando”, disse Martins.
Para Martins, outro fator que deve ser estudado é um aumento da eficiência energética dos automóveis brasileiros. “Precisamos ter veículos mais econômicos. A gente precisaria chegar a [carros que percorressem] 16 quilômetros com um litro. Temos que começar a cobrar da indústria automotiva eficiência nesse processo.”
Presente no debate, o presidente interino da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues, disse que o segmento tem cumprido seu papel. “Mais de 70% do problema está com o governo federal. A questão de aumentar a produtividade e reduzir custo o setor já está fazendo. Mais de 20% da área do canavial está sendo renovada. O setor está investindo em logística, para reduzir o custo do transporte. Nossa parte estamos fazendo, mas isso não vem do dia para a noite”, destacou Padua.