A decisão sobre o melhor momento para a realização da reforma de canaviais exige a solução de uma equação composta por variáveis agronômicas e econômicas, que apresenta complexidade determinada pelas particularidades de cada situação. Não existe receita única que indique qual é o melhor caminho para se resolver essa questão. Não há também resposta única que defina qual é a hora certa para a renovação.
Depende de cada usina, da região onde ela está instalada, do mercado e até mesmo da existência – ou não – de crise no setor, pondera Antonio Marcos Iaia, coordenador do Programa de Melhoramento Genético de Cana-de-Açúcar da Universidade Federal de Mato Grosso (PMGCA/UFMT). Os fatores agronômicos e econômicos estão – ressalta – interrelacionados. “Não tem como optar, isoladamente, por um ou por outro”, observa. Produtividade da área em relação ao rendimento médio obtido, situação da terra – própria ou arrendada –, mercado, oportunidade de negócio são alguns aspectos que devem ser considerados, avalia
A questão da produtividade tem grande peso nessa tomada de decisão. Se a usina ou o fornecedor de cana estiver com um resultado muito abaixo do economicamente viável, a tendência é reformar, afirma o engenheiro agrônomo Gustavo Nogueira, gerente do departamento técnico da Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo (Canaoeste), de Sertãozinho, SP. Mas, até isto é relativo.
Por que o produtor vai investir em um novo canavial se os preços de açúcar e etanol estiverem tão baixos no momento de tomada de decisão? – questiona Gustavo Nogueira. Em diversos casos, a remuneração não paga nem mesmo o custo de produção, constata. “O plantio é caro. Custa mais do que R$ 5 mil por hectare”, afirma. Ele lembra que a partir da crise de 2008, houve uma redução significativa da renovação de canaviais, porque a manutenção dos índices médios de reforma tornou-se economicamente inviável.
“Está ocorrendo, agora, uma retomada da reforma, porque a produtividade ficou lá embaixo. Juntou tudo: falta de investimento, fatores climáticos, envelhecimento dos canaviais. Existe a necessidade da renovação. Em 2012, o índice já foi bem melhor”, diz.