Dentre os vários gargalos que afetam o setor sucroenergético, um deles, o logístico, é tido como fundamental. Todos os anos, antes do inicio da safra, o assunto vem à tona. Como escoar de maneira rápida e eficiente toda a produção? Qual a solução para o caos nos transporte do agronegócio?
Para José Vicente Caixeta Filho, professor do Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), ao menos no que diz respeito ao segmento, acessibilidade é o grande ponto. “Quando pensamos em portos e setor sucroenergético o grande problema é o acesso. Imaginando que a safra será produtiva, a quantidade de etanol e açúcar a serem exportados será enorme. No caso do açúcar, se o produtor seguir direto do processo industrial ao porto, o número de veículos também será grande. Infelizmente, a dependência rodoviária brasileira ainda é muito forte”, explicou.
Como possível solução no combate ao chamado “apagão logístico”, Caixeta aponta a implantação de um sistema de armazenamento dentro dos portos. “A logística pressupõe a integração de várias atividades. É importante, por exemplo, que o navio já esteja atracado e a carga pronta para ser embarcada. Essa sincronia por ser facilitada pela utilização de uma infraestrutura de armazenamento dentro do próprio porto. Isso daria fluidez e eficiência ao processo”.
Questionado sobre o que as usinas devem fazer em busca de um melhor escoamento, o especialista diz que várias unidades têm realizado este trabalho. “Algumas usinas já se planejaram através da utilização de ferrovias. Teoricamente, ela funcionando bem, o embarcador vai conseguir descarregar direto no porto, o que acelera todo o processo e facilita a exportação”, finalizou.
A entrevista também foi conduzida através de nossa Twitcam. Para assistir as próximas entrevistas, basta seguir o Twitter do JornalCana: @jornalcana.